A Usiminas anunciou ontem um lucro líquido de R$ 76,3 milhões no primeiro trimestre de 2019 e assegurou investimentos de R$ 1 bilhão ao longo deste ano – dos quais 70% do valor serão aplicados na siderurgia, 20% na mineração e 10% em soluções e mecânica. Os dados fazem parte do balanço trimestral da empresa, apresentado ao mercado. Embora a previsão de investimentos seja bilionária, entre janeiro e março a Usiminas aplicou R$ 88,6 milhões em bens de capital, projetos de segurança e meio ambiente. O valor é 36,9% menor em comparação ao mesmo período do ano passado e 63,2% inferior se comparado aos últimos três meses de 2018.[pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
O lucro registrado pode ser explicado pela elevação de 25% no volume total de vendas de minério de ferro – foram 1,9 milhão de toneladas – e a estabilidade na venda de aço, que se manteve em 1 milhão de toneladas, mesmo volume registrado entre outubro de dezembro do ano passado. Em relação à dívida bruta da empresa, foi registrada uma redução de 6,1% no comparativo com o fim de 2018, até porque houve uma amortização antecipada de R$ 367 milhões. A composição da dívida da Usiminas caiu para 3% no curto prazo e 97% no longo prazo.
Em relação ao índice de investimento de apenas 8,8% do previsto para o ano até agora, o presidente da Usiminas, Sérgio Leite, explicou que o número se deve ao fato de vários dos projetos estarem no início. “O desembolso maior vai ser no segundo semestre do ano. Esse é um fato importante que inclusive fizemos comunicado ao mercado. Em 2016 e 2017 investimentos R$ 220 milhões cada ano, em 2018 dobramos para cerca de 500 milhões e em 2019, estamos dobrando novamente”, afirmou.
O principal investimento na área de siderurgia será a reforma do Alto Forno n° 3, da usina de Ipatinga, no Vale do Aço, obras que consumirão neste ano algo em torno de R$ 60 milhões. Projetos de melhoria em equipamento, eliminação de obsolescência, meio ambiente, campo da transformação digital e automações custarão em torno de R$ 40 milhões cada um. No segmento da mineração, a Usiminas vai investir em projetos de disposição a seco de rejeitos. O custo será de R$ 140 milhões para o projeto que foi iniciado no ano passado e entra em operação em 2020.
Abastecimento
De acordo com Sérgio Leite, apesar da tragédia de Brumadinho, que repercutiu negativamente no setor de mineração, o abastecimento está assegurado para este ano. As entregas neste primeiro trimestre do ano foram feitas conforme a previsão inicial. “Metade do minério que consumimos é por nós produzido, e a outra metade vem de várias mineradoras”, explicou.
O balanço divulgado ontem mostra que o braço da mineração da Usiminas registrou um lucro quase três vezes maior que o segmento siderurgia: enquanto o primeiro acumulou R$ 94,035 milhões de lucro líquido entre janeiro e março, o segundo apresentou um resultado de R$ 32,643 milhões. No comparativo com o primeiro trimestre do ano passado, o lucro gerado pela mineração saltou 110,9%. Já o resultado de siderurgia, ao contrário, caiu 80,3%.
Levando-se em conta a venda do aço, a comercialização mo mercado interno somou 885 mil toneladas no trimestre, queda de 3,6% na comparação anual. Já as vendas ao mercado externo alcançaram 119 mil toneladas no período, queda de 30% em um ano. No balanço, a Usiminas destaca que as vendas de minério cresceram graças ao mercado interno, que recebeu 416 mil toneladas da empresa nos três meses – volume 149% maior que o visto um ano antes. Para o exterior, foram vendidas 868 mil toneladas, queda de 19,9%. Já as vendas de minério para a própria Usiminas chegaram a 612 mil toneladas, volume 10,2% maior que um ano antes.