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Este ano, Minas Gerais não registrou nenhum caso de malária, após uma temporada de oito anos totalizando 703 casos confirmados no Estado – entre 2010 e 2018. Isso coloca Minas entre os 10 Estados do país que não tiveram nenhum registro da doença em 2019. No mesmo período do ano passado (de janeiro a março), no entanto, foram 9 casos confirmados. [pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
Em todo o país, já são 31.872 casos somente este ano, o que significa uma queda na comparação com o mesmo período de 2018, quando foram contabilizados 51.076 registros da doença. A região amazônica é a que concentra o maior número de casos, com 31.855 registros este ano, 99,95% do total de todo o país.
Muitos dos casos registrados em outras partes do Brasil são oriundos de lá, inclusive. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), no período de 2010 a 2017, Minas registrou 655 pessoas com a doença, sendo que 414 (63,2%) delas foram infectadas na região amazônica. Outras 186 pessoas (28,4%) foram infectadas no continente africano e 25 (3,8%) no norte da América do Sul.
A região amazônica é composta por nove estados: Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Mato Grosso, Roraima, Rondônia, Tocantins e Maranhão, além das regiões de mata, assentamentos rurais, garimpos, periferias e áreas indígenas.
Confira os dados da doença no Brasil e em Minas:
2018 (todo o ano)
Brasil: 194.271
Região amazônica: 193.534
Minas Gerais: 48
2018 (de janeiro a março)
Brasil: 51.076
Região amazônica: 50.877
Minas Gerais: 9
2019 (de janeiro a março)
Brasil: 31.872
Região amazônica: 31.855
Minas Gerais: 0
Dia Mundial da Luta contra a Malária
Nesta quinta-feira (25) é lembrado o Dia Mundial da Luta contra a Malária e, por conta disto, o Ministério da Saúde lança a campanha Brasil Sem Malária, com foco na região amazônica. Os principais ações deste ano consistem em manter a continuidade das ações de vigilância, melhorando a oportunidade de diagnóstico e tratamento, resposta rápida a surtos, mobilização social e fortalecimento dos níveis locais. Em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), a pasta tenta intensificar ações integradas de prevenção à malária com a atenção primária nos estados e municípios.
A doença
A malária é uma doença transmitida por meio da picada da fêmea do mosquito Anopheles infectada por Plasmodium, um tipo de protozoário. O paciente com malária não é capaz de transmitir a doença diretamente para outra pessoa – é preciso que haja a participação do vetor.
Sintomas
Entre os principais sintomas estão febre alta, calafrios, tremores, sudorese ou dor de cabeça. Algumas pessoas, antes de apresentarem esses sintomas, sentem náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite. A malária tem cura, mas se não for diagnosticada e tratada em tempo oportuno, pode evoluir para formas graves.
Os sintomas iniciais são comuns às diferentes espécies de plasmódio. Por isto, todo suspeito de malária deve, de imediato, ser submetido ao exame laboratorial para identificar e diferenciar os protozoários presentes no sangue do indivíduo infectado.
O período de incubação da malária varia de 8 a 30 a depender da espécie de plasmódio. A fase sintomática inicial caracteriza-se por mal-estar, cansaço e dor no corpo. O quadro é seguido por calafrios e febre alta de duração de 6 a 12 horas, com suor intenso. A febre pode atingir 41ºC, e ser, acompanhada de cefaleia, dor muscular náuseas e vômitos.
Pela inespecificidade dos sinais e sintomas provocados pelo Plasmodium, o diagnóstico clínico da malária não é preciso. Outras doenças febris agudas podem apresentar sinais e sintomas semelhantes, como a dengue, a febre amarela, a leptospirose, a febre tifoide, a leishmaniose visceral e muitas outras.
Prevenção
Algumas medidas de prevenção incluem o uso de mosquiteiros impregnados com inseticidas; o uso de roupas compridas que protejam pernas e braços; a instalação de telas em portas e janelas; o uso de repelentes; evitar exposição em horários de maior atividade do mosquito; borrifação intradomiciliar com inseticida de efeito residual; e drenagem de áreas alagadas consideradas de risco para a transmissão da doença.
Entre as medidas de prevenção individual estão: uso de mosquiteiros, roupas que protejam pernas e braços, telas em portas e janelas e uso de repelentes. Já as medidas de prevenção coletiva contra malária são borrifação intradomiciliar, uso de mosquiteiros, drenagem, pequenas obras de saneamento para eliminação de criadouros do vetor, aterro, limpeza das margens dos criadouros, modificação do fluxo da água, controle da vegetação aquática, melhoramento da moradia e das condições de trabalho e uso racional da terra.
Observação: Não existe vacina contra a malária. Algumas substâncias capazes de gerar imunidade foram desenvolvidas e estudadas, mas os resultados encontrados ainda não são satisfatórios para a implantação da vacinação.
Viajantes
Antes de ir para uma região considerada de risco para malária é necessário procurar orientação sobre os sintomas e a prevenção da doença. Ao ser identificado potencial risco de adquirir malária devem ser orientadas as medidas de prevenção contra picada de mosquitos:
Use roupas claras e longas, como camisas de manga comprida e calças, cobrindo áreas do corpo em que o mosquito possa picar;
Use repelentes nas áreas de pele expostas, seguindo as orientações do fabricante do produto quanto à faixa etária e frequência de aplicação;
Evite locais próximos a criadouros naturais dos mosquitos vetores (beira de rios e lagos, áreas alagadas e região de mata nativa), principalmente nos horários da manhã e ao entardecer, de maior atividade do mosquito vetor da malária;
Em ambientes fechados, é recomendado o uso de ar condicionado ou ventiladores.
O indivíduo febril em (ou vindo de) áreas de transmissão de malária nos últimos seis meses, deve ser visto como suspeito de malária, devendo ser relatado ao profissional de saúde que esteve em área com transmissão da doença e imediatamente, realizar o exame para esclarecer o diagnóstico. Caso o exame confirme a malária, realize o tratamento completo, em tempo oportuno.
Tratamento
O tratamento deve ser iniciado imediatamente após o início dos sintomas, uma vez que o atraso está associado a um maior risco de gravidade e óbito. O tratamento indicado depende de alguns fatores, como a espécie do protozoário infectante; a idade do paciente; condições associadas, tais como gravidez e outros problemas de saúde; além da gravidade da doença.
O diagnóstico diferencial para malária nas primeiras 24 horas, e o tratamento específico e correto, instituído nas primeiras 48 horas após o início dos sintomas são essenciais para a redução da gravidade, dos óbitos e transmissão da doença. Para ser considerado caso confirmado de malária é preciso a confirmação laboratorial identificando a(s) espécie(s) de Plasmodium presente no individuo. O teste da gota espessa é considerado o principal exame pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O teste rápido auxilia o diagnóstico, mas não dispensa a realização da gota espessa.
O tratamento é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em todo o território nacional, e é realizado sob supervisão médica, com a prescrição de medicamentos antimaláricos que devem ser administrados diariamente até o final do tratamento, sem interrupções, para evitar que outras formas mais graves da doença se manifestem. Quando realizado de maneira correta, o tratamento da malária garante a cura da doença.
* Com Agência Brasil e Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais.