Depois de crescer a passos largos, o número de consumidores com contas em atraso desacelerou no primeiro trimestre deste ano e aumentou 0,13% no confronto com igual período do ano passado. Naquela época, confrontado com 2017, houve avanço de 2,38% no total de inadimplentes, conforme levantamento do Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Apesar da redução na velocidade, o número é altíssimo. Jovens puxaram o índice para baixo e idosos, para cima.
Para o presidente da CNDL, José Cesar da Costa, o ritmo de recuperação da economia está aquém do esperado e, consequentemente, afeta a melhora dos índices de inadimplência.
“O desempenho da economia neste início de ano frustrou as expectativas. O desemprego persiste em um nível elevado e o consumo não esboça um crescimento vigoroso. Apesar da desaceleração da inadim-plência neste início de ano, o estoque de pessoas com o CPF restrito ainda é muito alto. O que mais favorecerá um ciclo de queda da ina-dimplência será uma recuperação mais acentuada do mercado de trabalho e da renda dos trabalhadores”, analisa.
Os jovens foram importantes para a perda de velocidade do índice. Conforme o levantamento, houve queda de 22,89% na quantidade de inadimplentes com idade entre 18 e 24 anos. Também houve recuo na faixa entre 25 e 29 anos (-8,31%) e de 30 a 39 anos (-0,42%).
Na contramão, os idosos estão com mais dificuldade de pagar as contas. A quantidade de inadimplentes com idade entre 65 e 84 anos aumentou 8,46%. A elevação também foi observada nas faixas etárias de 50 a 64 anos (4,76%) e de 40 a 49 anos (3,29%). Além das contas próprias, os idosos têm o hábito de fazer dívidas para parentes e até conhecidos, aumentando o atraso nos pagamentos.
Em termos percentuais, a maioria das pessoas com contas em atraso têm entre 30 e 39 anos. Elas representam 17,7 milhões de CPFs que não conseguem honrar os compromissos financeiros.
“É justamente nessa fase da vida que a corrida ao crédito acaba sendo inevitável, pois muitos já constituíram família, possuem filhos e assumem mais compromissos financeiros. Em um momento de crise, pode ser difícil equilibrar o orçamento se não houver controle e disciplina”, explica o presidente do SPC Brasil, Pellizzaro Junior.