Cerca de 100 profissionais do sistema de Segurança Pública de Minas Gerais que atuarão na Copa América participaram, na manhã de terça-feira (14/5), do treinamento “O enfrentamento do terrorismo no Brasil”. Belo Horizonte é uma das cinco cidades escolhidas para sediar a Copa América de 2019, que tem início em junho. Realizada pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), por meio da Subsecretaria de Integração e da Coordenadoria de Inteligência, em parceria com a Polícia Federal, a capacitação tem como objetivo preparar os agentes que estarão envolvidos com a segurança pública durante o torneio para detectar comportamentos estranhos e saber agir em casos de ataques, atividades suspeitas ou demais ações que possam culminar em atos de terrorismo.
O curso foi realizado no auditório da Academia do Corpo de Bombeiros Militar e contou com representantes da Sesp, Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap), Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Infraero, Polícia Federal, Defesa Civil, Prefeitura de Belo Horizonte, Guarda Municipal e funcionários de hotéis da capital que receberão as delegações.
“O terrorismo pode ocorrer em qualquer lugar. Durante a Copa América, o Brasil será a porta de entrada para várias pessoas de diversos países. Precisamos estar preparados. Nossa intenção é garantir a segurança para a população mineira e para todos os que vierem nos visitar”, explicou o coordenador de Integração de Inteligência da Sesp, coronel Mauro Gripp.
Palestrante do evento, o agente da Polícia Federal Guilherme Damasceno abordou as tendências e os cuidados que devem ser tomados pelos profissionais, os indicadores pré-incidentes de atividades de terrorismo, incluindo aquisição de materiais e vigilância de um determinado lugar, as estratégias de enfrentamento, o uso da internet pelos grupos terroristas, a utilização de táticas terroristas por detentos, entre outros. “Os países que participarão da Copa América não possuem histórico de terrorismo, mas não podemos achar que somos imunes. Como servidores pagos para defender o Estado, não podemos baixar a guarda”, ressaltou.
O agente da PF abordou, ainda, a importância da participação da sociedade civil no enfrentamento dessa modalidade criminosa. “Cerca de 70 a 80% dos ataques que ocorreriam mundo afora não chegaram a acontecer devido à participação da população, por meio de denúncias anônimas ou da notificação de uma atividade suspeita”, detalhou. “Em Minas Gerais, temos o Disque Denúncia 181, que precisa ser amplamente utilizado pela sociedade”.
Damasceno ponderou também que o Brasil é uma das principais portas de entrada do continente americano e destino de um fluxo importante de imigrantes, oriundos da Europa, África, Ásia e Oriente Médio. “Grande parte deles pede refúgio ao chegar ao país”, lembrou.