EXAME
Esta quinta-feira (16/05) deve ser mais um dia de tensão nos mercados provocado por disputas entre o presidente americano, Donald Trump, e a China. Na noite de ontem Trump assinou uma ordem executiva que proíbe o gigante chinês de tecnologia Huawei de comprar componentes americanos sem aprovação especial. A ordem também barra a participação da Huawei em redes de telecomunicação que sejam consideradas vitais para a segurança nacional americana.
O anúncio pode levar a uma nova leva de problemas para a Huawei , que produz de redes a smartphones, já que a companhia depende de componentes americanos em sua cadeia produtiva. Mas também pode afetar uma miríade de fornecedores americanos, como os fabricantes de chips, que têm na companhia chinesa um de seus principais compradores. Entre eles estão gigantes como a Qualcomm e a Broadcom.
No limite, o governo americano acredita que a Huawei está espiando seus cidadãos e suas empresas. A companhia chinesa afirmou, em nota divulgada ontem à noite, que “impedir a Huawei de fazer negócios nos Estados Unidos não vai fazer os Estados Unidos mais seguro ou mais forte” e que, ao contrário vai fazer o país “ficar para trás no desenvolvimento de sua rede 5G”.
Com faturamento de 93 bilhões de dólares no último ano, a Huawei é um dos orgulhos chineses e tem fortes ligações com o governo central. Daí a impressão de um grande grupo de analistas de que o timing da ordem executiva de Trump é político. A estocada veio horas depois de o secretário de Tesouro, Steven Mnuchin, afirmar que Estados Unidos e China poderiam se encontrar em Pequim em breve num esforço para salvar acordos comerciais após os dois países anunciarem aumentos de tarifas nos últimos dias.
Nos últimos meses os Estados Unidos já vinham pressionando outros países, como a Alemanha, a banir equipamentos da Huawei. Os alemães se disseram legalmente impedidos de adotar a medida.
A nova onda de tensões entre chineses e americanos fez as bolsas europeias abrirem em queda nesta quinta-feira (16/05).