O presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, disse nessa quinta-feira (16) que quer reformar o sistema de imigração para favorecer jovens com algum nível de ensino e que falam inglês, com propostas de emprego, em vez de pessoas que têm parentesco com norte-americanos, um plano com poucas chances de avançar no Congresso.
O plano de Trump, criticado por democratas e alguns grupos defensores de migração, visa a tentar unir republicanos — alguns que querem impulsionar a migração e outros que querem limitá-la — antes das eleições presidenciais e parlamentares de novembro de 2020.
“Se por algum motivo, possivelmente político, nós não conseguirmos que os democratas aprovem esse plano de alta segurança, baseado em méritos, então conseguiremos aprová-lo imediatamente após a eleição, quando tomarmos de volta a Câmara (dos Deputados), mantivermos o Senado e, é claro, nos mantivermos na Presidência”, disse Trump a parlamentares republicanos e membros do gabinete.
Atualmente, cerca de dois terços de 1,1 milhão de pessoas que têm permissão para imigrar aos EUA a cada ano recebem green cards, que concedem a residência permanente, por parentesco.
Trump propôs manter os números no mesmo patamar, mas mudar para um sistema “baseado em méritos”, similar ao usado no Canadá –um plano que, segundo ele, resultaria em 57% dos green cards baseados em emprego e capacitação.
Antes do discurso, a presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, disse que mérito é um termo “condescendente”.
“Eles estão dizendo que família não tem mérito? Eles estão dizendo que a maioria das pessoas que já veio aos EUA na história do nosso país não tem mérito, porque não tem um diploma de engenharia?”, afirmou Pelosi a repórteres.
O apoio democrata seria necessário para avançar com qualquer lei para o Senado, liderado por republicanos, e muito mais para tramitar pela Câmara, sob controle dos democratas.