O risco de rompimento de um talude da cava da Mina Gongo Soco – que poderia provocar o rompimento na barragem Sul Superior – tem deixado moradores de Barão de Cocais, na região Central de Minas, em estado de alerta. Neste domingo (19/05), a Vale, responsável pela estrutura, divulgou um vídeo com informações sobre a situação de risco na cidade.
O estado de atenção quanto aos danos no talude – estrutura que a mineradora classifica como terreno inclinado e que dá sustentação à cava da mina – é válido até o próximo sábado (25/05). A estrutura, explica a empresa, está se movimentando e pode se desprender. Caso isso ocorra, o material cairia dentro da cava, repleta de água, distante 1,5 quilômetro da Barragem Sul Superior – que teve o nível de emergência acionado em março deste ano.
De acordo com a Vale, a movimentação do talude pode, ou não, impactar a estrutura. “Ressaltamos que o talude da Mina de Gongo Soco vem sendo monitorado 24 horas por dia, de forma remota, com o uso de radar e estação robótica”, explica a mineradora. “Não há elementos técnicos para afirmar que o eventual deslizamento provocará a ruptura da barragem”, completa e empresa.
Medidas
Ainda conforme o material divulgado no site da Vale, “medidas adicionais para contenção de emergência” foram tomadas. Além do posicionamento de telas metálicas e blocos de granito à jusante da Sul Superior, a empresa sustentou que deu início à construção de uma contenção de concreto. A estrutura estaria sendo erguida desde a última quinta-feira (16/05), quando foi iniciada uma terraplanagem. A contenção estaria localizada 6 quilômetros à jusante da barragem.
Segundo a nota da Vale, após concluída, a estrutura fará a retenção de grande parte do volume de rejeitos em caso de rompimento da barragem.
Apesar de ter sido iniciada nessa semana, a construção do muro já havia sido apresentada pela empresa. No dia 25 de março, o tenente-coronel Flávio Godinho, coordenador-adjunto da Defesa Civil de Minas Gerais, citou a proposta durante reunião com os moradores de Barão de Cocais, após um simulado de emergência, o primeiro feito na cidade. “As medidas são preventivas e têm como objetivo reduzir os possíveis impactos às pessoas e ao meio ambiente no cenário extremo de um rompimento da estrutura”, informa a Vale.