O Globo
RIO – Despedidas são sempre difíceis, mas nem sempre tão divisivas. No último episódio de “Game of thrones”, a crítica especializada se dividiu entre os que aprovaram o desfecho da trama de fantasia e o que acharam que os criadores da série, David Benioff e D. B. Weiss, deixaram a desejar no seu desenvolvimento. Confira, abaixo, alguns trechos do que a imprensa internacional disse a respeito.
‘The New York Times’
“Depois de oito temporadas de angústia e morte que levaram à defesa de um novo sistema político (…), Tyrion apresentou a coisa toda em alguns minutos, no estilo “Scooby Doo”, conforme Verme Cinzento olhava furiosamente do outro lado e relutantemente aceitava tudo.
Foi desajeitado e frustrante, especialmente porque, se você prestasse atenção, poderia ver como os resultados poderiam ter sido poderosos se o que aconteceu anteriormente não tivesse sido mal executado.”
‘Variety’
“O episódio estava repleto de toques feitos para devotos — de um título, finalmente, para o favorito dos fãs Bronn, ao prêmio de consolação de Sansa, cujo arco ao longo da série talvez tenha sido o mais profundo, reinar o seu ancestral lar de Winterfell. E mesmo assim isso estava ligado a um fim que, vindo de uma saga de livros incompleta a qual a série sempre esteve ligada, dificilmente poderia ter sido satisfatória, e certamente não no ritmo que a produção deu a si mesma na sua temporada final.”
‘Vulture’
“Eu gostaria que os corvos tivessem enviado notícias melhores. Queria que todos nós estivéssemos aqui admirando o resultado da merecida ascensão da Rainha Sansa ao Trono de Ferro ou rindo da inesperada decisão dos lordes de Westeros de depor Daenerys e colocar um desconhecido naquele assento frio de metal. Em vez disso, são notícias lúgubres em Westeros — maldita pseudodemocracia —, e a única pessoa sábia o suficiente para dar o fora daquele continente foi Arya, uma mulher que aceitou lavar cadáveres por um ano como estagiária de assassinos, mas que não está disposta a ficar num país governado por seu próprio irmão.”
‘IndieWire’
“A suposição de que “Game of thrones” terminaria com um grande vitorioso raramente entreteve muitas das figuras notáveis que ficaram vivas. (…) A criança cuja queda marcou o primeiro corte negro na série agora cuida do destino daquele mundo. Para completar o ciclo, a série termina nas florestas do Norte, quando tudo começou anos atrás. Uma última pincelada do destino. É quase impossível imaginar terminando de qualquer outra forma.”
‘Slate’
“Nas semanas antes da finale, houve um debate sobre qual seria a melhor forma de encerrar uma longa série. Deveriam os escritores saber primeiro aonde estavam indo? Ou deveriam improvisar ao longo do caminho? Se eles soubessem aonde estavam indo, teoricamente, terminariam em algum lugar coerente. Se improvissassem, eles poderiam se perder, mas os personagens fariam mais sentido. (…) Mas “Game of thrones” consegue ser um exemplo negativo das duas abordagens. Os personagens não se comportaram de forma coerente, e a série também terminou de forma boba, talvez até cafona, e dependendo de quão a sério você levava a produção, talvez até ultrajante.”
‘The Atlantic’
“Depois da tragédia do episódio ‘The Bells’, foi uma finale que inquestionavelmente abusou do fan service, dando a favoritos do público como Brienne, Davos, Sam e Bronn assentos no novo pequeno conselho e se livrando de literalmente todos os integrantes instáveis e sanguinários do elenco. Seriamente — todo mundo importante em Westeros que gastou algum minuto conspirando sobre algo está morto, exceto por Tyrion, que se disse chocado pela guerra e prometeu de redimir de seus pecados. Jon até conseguiu reencontrar Fantasma, finalmente, depois de seguir com Tormund e os Selvagens para fazer uma nova vida Além-da-Muralha.”