Mesmo com todos os esforços da Prefeitura, por meio de ações de prevenção e eliminação dos focos do mosquito Aedes aegypti pelas Secretaria Municipais de Saúde (SMS) e Desenvolvimento Urbano (SMDU), o número de casos e notificações da dengue em Itabira aumentou de forma assustadora. Dados da SMS revelam que em uma semana houve um aumento de 218 notificações no município.
O penúltimo levantamento, realizado até o dia 15 de maio, indicou 725 casos notificados este ano. Já o último levantamento, feito até essa terça-feira (21), aponta 943 notificações, com 128 casos positivos para a dengue. Isso corresponde a 13,6% em relação ao número de notificações, ou seja, 128 casos positivos para a doença. Até o momento não há registros de zika, chikungunya ou óbitos por dengue em Itabira.
De acordo com a superintendente de Vigilância em Saúde, Thereza Cristina Oliveira Andrade Horta, o aumento do número de casos da dengue no município deve-se, em grande parte, à população. Sabe-se, por exemplo, que 90% dos focos do Aedes aegypti são encontrados nas residências e lotes.
“A população tem que ter a consciência e tomar para si o que é obrigação dela, ou seja, dar o destino correto ao lixo. A Prefeitura, por meio da Itaurb, tem a coleta seletiva. Então a população tem que fazer a separação do lixo em casa para poder dar o destino correto. Essa é a única responsabilidade da população. Sabemos que só vamos conseguir controlar a dengue ao eliminar os focos de proliferação do mosquito. Não podemos deixar o vírus circular”, explicou.
O Governo Municipal pede que a população cumpra seu papel no combate ao mosquito Aedes aegypti e não se esqueça das orientações básicas como: limpar e tampar caixas d’água com tampas adequadas; limpar calhas; vistoriar se há água parada em pneus, garrafas, pratos, vasos e outros vasilhames; limpar quintais e lotes; encher de areia os pratos dos vasos de plantas; guardar garrafas de cabeça para baixo; não jogar lixo em terreno baldio; manter bem tampados tonéis e barris de água e colaborar com os agentes comunitários de endemias (ACE).
Nesse momento de surto, o uso de repelente é imprescindível, inclusive para as pessoas com suspeita de dengue. Assim, evita-se a transmissão da doença pela picada.
Ações da Prefeitura de Itabira
O Governo Municipal busca soluções para acabar com a dengue na cidade. Uma delas é a aplicação do Ultra Baixo Volume (UBV). Os agentes fazem o UBV manualmente, com o equipamento acoplado às costas, diariamente. O trabalho consiste em pulverizar residências onde foram registrados casos suspeitos de doença provocado pelo Aedes aegypti e as vizinhanças em um raio de até 500 metros.
“O trabalho é semelhante ao fumacê, que hoje não é mais indicado pelo Ministério da Saúde. O produto utilizado no UBV combate o mosquito, enquanto o fumacê apenas desloca o Aedes aegypti e agride o meio ambiente”, explicou Thereza Andrade.
Ainda por meio da SMS, foi traçado um plano de ação para fortalecer a articulação entre as áreas e serviços envolvidos no enfrentamento à dengue, além da articulação intersetorial. Houve um redobramento do número de ACE, e consequentemente das visitas; aumento das equipes de bloqueio com o objetivo de identificar os focos, tratar e eliminar; ações de educação em saúde nas escolas para orientar sobre as formas de prevenção e combate ao mosquito; e reforço da vigilância predial (visitas de rotina nos domicílios).
Já a SMDU divulgou no início deste mês o aumento de multas para os proprietários de lotes na cidade. O edital de notificação para limpeza de áreas particulares é uma ferramenta criada pela Administração Municipal que estabelece a obrigatoriedade da manutenção, capina e recolhimento de lixo, como determina o Código de Posturas Municipais (CPM). O objetivo do documento é proteger a saúde pública, evitando a proliferação de animais peçonhentos e do mosquito Aedes aegypti.
A dengue mata
A dengue é uma doença causada por um vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, que se prolifera principalmente em água parada. Os principais sintomas desta doença são febre alta, dores musculares e nas articulações, dores de cabeça e também na região dos olhos, garganta e barriga. Também fazem parte dos sintomas: fraqueza, náuseas, vômito, diarreia e vermelhidão na pele.
O intervalo entre a picada do mosquito e a manifestação da doença é chamado de incubação e tem duração média de cinco a seis dias. Geralmente os sintomas só aparecem depois dessa fase.
Há quatro tipos de dengue. Quando alguém é infectado por um deles, seu organismo cria anticorpos para que ela se torne imune a este tipo. Porém, ela poderá ser infectada pelos outros vírus e desenvolver a forma grave da doença. A dengue hemorrágica é a mais agressiva. Ela causa sangramentos e queda da pressão arterial, o que pode matar.
1 comentário
Existe um paciente que veio a óbito na semana passada com grande possibilidade de ser dengue.