O coordenador da Defesa Civil do Estado Tenente-coronel Flávio Godinho, divulgou imagens aéreas atualizadas desta manhã de sexta-feira (24/05), onde mostra a barragem Sul Superior da mina de Gongo Soco, área operacional da Mineradora Vale, em Barão de Cocais.
Durante a entrevista nesta manhã em Barão de Cocais, Flávio Godinho ressaltou que o talude sofreu uma movimentação de mais 16cm. Desta forma, a possibilidade de queda do talude aumentou ainda mais e coloca em risco toda estrutura da barragem Sul Superior.
O prazo estimado para o rompimento do talude é até este sábado (25/05), mas a expectativa é que ao cair na cava ele se integre ao ambiente e não impacte na barragem, que concentra 4,8 milhões de metros cúbicos de rejeitos e está no nível 3 – o máximo – do risco de rompimento. No entanto, a possibilidade de um abalo sísmico causado pelo cedimento do talude reverberar na barragem e causar seu rompimento é de 15%.
Por causa dessa possibilidade, um novo estudo de projeção da lama, o “dam break”, considera o pior cenário possível: o de rompimento da barragem e projeção de 100% da lama nas áreas de inundação. Segundo o porta-voz da Defesa Civil Estadual, tenente-coronel Flávio Godinho, essa projeção foi feita para que as pessoas fossem retiradas das áreas de risco e treinadas para encontrarem os locais seguros em caso de rompimento.
Na projeção, a lama iria gastar uma hora e 12 minutos para atingir a primeira residência de Barão de Cocais, duas horas e 36 minutos para chegar até a primeira residência da área rural de Santa Bárbara e, na cidade, três horas; e mais oito horas para atingir São Gonçalo do Rio Abaixo, outro município que está no trajeto dos rejeitos. Após são Gonçalo do Rio Abaixo, a lama percorreria ainda mais 40 quilômetros.
Na semana passada o MPMG divulgou documentos e determinou que a Vale comunica-se a população sobre o risco, onde o documento alertava sobre a queda do talude entre os dias 19 e 25 deste mês, o que pode ocorrer neste final de semana.