A velocidade de movimentação do talude norte, na cava da Mina Gongo Soco, da Vale, em Barão de Cocais, na Região Central de Minas Gerais, distante 55km de Itabira, aumentou de 10 cm para 23,9 cm por dia em uma semana, segundo a Agência Nacional de Mineração (ANM).
De acordo com último boletim, na parte inferior do paredão, em 24 horas, a movimentação da estrutura passou de 18 cm para 19,5 cm.
O pior cenário, de acordo com a Defesa Civil, é que a vibração causada pelo colapso iminente do paredão provoque o rompimento da Barragem Sul Superior, que está em nível alerta máximo. Há, porém, a possibilidade de haver um carreamento de terra para dentro da cava, evitando assim um rompimento brusco.
A movimentação do talude foi identificada em 2012 e, até os últimos meses, ela era de 10 cm por ano.
Em um documento enviado ao Ministério Público de Minas Gerais pela Vale, a engenheira geotécnica Rafaela Baldi explica por que o talude está se movimentando. “É comum que parte do talude que fica mais no alto se desprenda. O talude está ‘pelado’, foi escavado e está solto, lá em cima. Com as vibrações típicas da atividade minerária, esta estrutura vai se desestabilizando e pode cair sobre a cava. Mas, pelo alerta feito, deve ter um problema geológico na área a ser considerado”, concluiu.
Em nota, a Vale informou que “adotou todas as medidas preventivas em Barão de Cocais, desde o dia 8 de fevereiro, com o objetivo de assegurar a segurança dos moradores da região”. A mineradora afirmou também que “tanto o talude da mina de Gongo Soco como a Barragem Sul Superior estão sendo monitorados 24 horas por dia e as previsões sobre deslocamento de parte do talude, revistas diariamente”.