Quem acompanha o HD Auto conferiu na edição passada a seleção de seis utilitários-esportivos (SUV’s) compactos com motores turbo e transmissões automáticas oferecidos no mercado brasileiro. Alguns leitores questionaram a ausência do Jeep Renegade na listagem. A bronca tem justificativa: o SUV norte-americano tem versão turbo. Mas bebe diesel, conta com tração 4×4, com bloqueio de diferencial, reduzida e seletor de terreno. Elementos que colocam o Jeep numa seara distinta: a dos veículos com capacita-ção off-road.
Testamos a versão Longitude 4×4, da linha 2019, que passou por uma leve mudança visual, concentrada na grade e nos para-choques. Por dentro, houve troca do monitor do sistema multimídia, que passou a contar com tela de 8,4 polegadas, bem mais generosa que a telinha 5 polegadas, a linha original.
Outra mudança foi a disposição dos instrumentos off-road. Seletor de tração, assim como as teclas do bloqueio de diferencial e assistente de descida de ladeira e acionamento da reduzida ficam numa única peça, liberando espaço para um porta-objetos. Na hora de procurar o controle do portão, é uma bênção.
No restante, o Renegade segue sendo o mesmo, com o excelente conjunto mecânico que faz dele a melhor opção para quem busca um carro para uso urbano e capaz de encarar trilhas pesadas e não pode queimar um apartamento.
O preço de R$ 127 mil da versão pode assustar, mas ele é o utilitário 4×4 com motor diesel menos salgado do mercado. A opção mais próxima é o Troller T4 (R$ 136.674), e o irmão Compass Longitude 4×4, custa assustadores R$ 157 mil, podendo chegar a R$ 177 mil na versão Trailhawk. Daí pra cima, a coisa piora, com Toyota SW4 (R$ 258 mil) e Mitsubishi Pajero Sport (R$ 266 mil).
Ou seja, investir esse montante é um bom negócio se o consumidor realmente faz uso de seu conjunto mecânico e todas suas habilidades para trafegar depois que o asfalto termina. É impressionante como ele se mantém firme em trilhas acidentadas e como a carroceria segue rígida, sem nenhum estalo de reclamação.
No entanto, caso a ideia seja ter o Renegade apenas pelo visual bacana, sem querer enfiar o carro na lama, com essa grana o consumidor leva a versão Limited 1.8 flex completa por R$ 113.670. O senão fica por conta do motor 1.8 de 139 cv, que não é nenhum exemplo de eficiência.
Raio-x Jeep Renegade Longitude 2.0 4×4
O que é?
Utilitário-esportivo (SUV) compacto de cinco lugares.
Onde é feito?
Produzido na unidade de Goiana (PE).
Quanto custa?
Testado R$ 127.990
Com quem concorre?
O Renegade é o único SUV compacto que combina motor turbodiesel e tração 4×4. As demais opções com esse tipo de tração usam motores flex como Ford EcoSport Storm 2.0 4WD (R$ 108.390 ), Renault Duster Dynamic 4×4 (R$ 81.690), Mitsubishi ASX AWD (R$ 122 mil) e Suzuki Vitara 4Style 1.4 4×4 (R$ 127 mil).
No dia a dia
O Renegade é um automóvel confortável e com ótimo nível de acabamento, com direito a bancos, painéis de porta, volante e manopla revestidos em couro, assim com material emborrachado na “zona de tato”.
Apesar de o espaço interno ser limitado, oferece bom nível de conforto para quatro adultos. O senão fica por conta do porta-malas, que oferece apenas 260 litros.
Os 4.22 metros de comprimento podem fazer falta na hora da bagagem, mas fazem desse Jeep um carrinho fácil de se virar na cidade e acomodá-lo em vagas estreitas.
Já o pacote de conteúdos conta com ítens como direção elétrica, ar-condicionado automático de duas zonas, multimídia (Com Apple CarPlay, Android Auto, USB, Bluetooth e câmera de ré), trio elétrico (vidros, travas e retrovisores elétricos), freio de estacionamento eletrônico, sensor de estacionamento traseiro, luzes diurna (DRL) e rodas em liga leve aro 18.
Motor e transmissão
O motor turbodiesel 2.0 de 170 cv e 35,7 mkgf de torque garante ao Renegade força de sobra para a compacta carcaça. Aliado à transmissão de nove marchas e tração 4X4, com opção de reduzida, seletor de tipo de piso e bloqueio de diferencial, o Renegade é capaz de encarar qualquer tipo de terreno e até mesmo ladeiras da capital, onde a grande maioria dos automóveis não consegue subir ou nem mesmo descer.
Como bebe?
O consumo combinado entre urbano, rodoviário e trechos fora de estrada foi de 10,4 km/l.
Suspensão e freios
A versão utiliza suspensão independente nas quatro rodas com acerto para uso fora de estrada, o que penaliza o conforto. Por outro lado, praticamente ignora lombadas e se a situação exigir, meio-fio também.
Para facilitar as frenagens, o SUV conta com freios a disco nas quatro rodas, além de controle de partida em rampa (Hill Holder), freio de estacionamento eletrônico, HDC ( Controle eletrônico de velocidade em descidas), controles de estabilidade (ESC), tração, estabilidade para trailler (com uso de engate Mopar) e anti capotamento.
Pontos positivos
Estilo
Robustez
Consumo
Pontos negativo
Preço
Porta-malas