Loira e de pele branca, a veterinária Ana Luiza Ferraz, de 32 anos, registrou junto à Polícia Civil uma ocorrência contra uma empregada doméstica por injúria racial. De acordo com uma reportagem da Folha de São Paulo, Ana Luiza teria sido chamada de “encardida do sul” e “cachorra do sul” em um áudio que foi enviado ao marido dela por engano.
De acordo com as informações da ocorrência, a acusada é uma mulher de 55 anos, que também tem a pele branca e mora em Taboão da Serra, em São Paulo. Na queixa registrada, Ana Luiza alega que, após um desentendimento com a funcionária, ela enviou os áudios, por engano, ao seu marido com vários xingamentos, entre eles “encardida do sul” e “cachorra do sul”.
A funcionária estaria chateada com a patroa porque ela lhe negou um empréstimo. Após o episódio, a mulher foi demitida e passou a enviar outros áudios com ofensas. A patroa é natural do Paraná, por isso, há a referência ai “sul” nas mensagens enviadas.
A reportagem da Folha ouviu o delegado responsável pelo caso, Rubens Barazal, que afirmou que não há notícias de nenhum outro boletim de ocorrência desse tipo. “A grande maioria dos casos que acontece, que a gente tem notícia, envolve a raça negra. Mas nada impede que um japonês, ou indiano, enfim, também seja vítima desse tipo de comportamento discrimina tório”.
Caso seja condenada, e ex-funcionária pode pegar de um a três anos de prisão, além de ter que pagar multa. O inquérito que investiga o possível crime está sob responsabilidade da 23ª Delegacia de Perdizes.