O sindicato de trabalhadores do gás do Uruguai (Unión Autónoma de obreros y empleados de la compañía de gas) começou hoje (10) uma greve geral por tempo indeterminado. De acordo com o sindicalista Alejandro Acosta, a população não será afetada, pois os trabalhadores farão plantão para atender o fornecimento e casos de urgência.
A greve geral é o mais recente capítulo de um conflito que se arrasta há meses. De um lado estão os trabalhadores do setor de gás, que lutam pela manutenção de seus empregos. De outro lado, está a empresa MontevideoGas, subsidiária da Petrobras no Uruguai, que anunciou em abril sua intenção de deixar o país, uma vez que suas operações são deficitárias.
Nos últimos meses, uma série de acontecimentos recrudesceu a disputa. Trabalhadores invadiram e ocuparam a sede da empresa, contra uma decisão judicial; a empresa estabeleceu sanções e anunciou demissões; empregados fizeram paralisações e greve de fome; houve reuniões com ministros e até com o presidente da República, Tabaré Vázquez.
Semana passada, o governo fez uma proposta de mediação do conflito que incluía a manutenção dos postos de emprego enquanto durasse a saída da empresa do país. Mas a Petrobras não concordou e defendeu que suas decisões foram, inclusive, “moderadas” diante de algumas ações dos trabalhadores, como o controle operário, quando a sede da empresa foi invadida.
O sindicato, diante da negativa da Petrobras, emitiu nota informando sobre a decisão da greve geral, por tempo indeterminado.