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Esperada pelos mineiros há cerca de 20 anos, a duplicação da BR-381, que é conhecida como a rodovia da morte, terá nos próximos meses uma nova expectativa de sair do papel. Mas isso depende de um projeto de privatização que vai custar caro no bolso dos motoristas que passam pela via.
O estudo do governo federal para a concessão de trechos da estrada foi apresentado nesta sexta-feira (14/06) pelo senador Carlos Viana (PSD) a empresários mineiros durante um encontro em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
De acordo com o parlamentar, o projeto do Ministério da Infraestrutura prevê audiências públicas nas cidades que serão afetadas pelos pedágios, que podem custar de cerca de R$ 9,50 a R$ 13,74 a cada 50 quilômetros.
Pela tabela apresentada por Viana, o projeto prevê até 11 praças de cobrança, isso no caso de a BR 262 também entrar no pacote. Os postos serão nos municípios de Caeté, João Monlevade, Itabira, Belo Oriente, Periquito, São Domingos do Prata, Manhuaçu, Martins Soares, Ibatiba, Venda Nova dos Imigrantes e Viana.
Viana disse que os interessados deverão opinar se preferem a inclusão do projeto até Governador Valadares, na Região do Vale do Rio Doce, ou se as intervenções serão estendidas pela BR 262, até o Espírito Santo.
“O governo abre audiências públicas já no segundo semestre a ANTT, nas próximas semanas, vai definir as datas nas cidades onde teremos postos de pedágio. Aí a população poderá responder se deseja e qual a tarifa que gostaria de pagar ou está disposta a assumir”, disse.
O senador mineiro defendeu que as duas estradas sejam incluídas no projeto de privatização. De acordo com ele, o estudo pronto prevê o pedágio de R$ 13,74. Mas, de acordo com ele, uma esperiência no Rio Grande do Sul, mostrou ser possível reduzir a tarifa em 20%, chegando a R$ 9,50. “É alto porque temos uma rodovia com muitas curvas, muitos viadutos e obras”, justificou.
Viana afirmou ter conversado com o ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas sobre o impacto do pagamento do pedágio para os motoristas sem que eles vejam melhorias, já que a duplicação pode demorar de sete a 15 anos. “O ministro concordou e devemos caminhar para uma tarifa dinâmica”, disse.
A ideia dessa tarifa é que os pedágios comecem com um valor inicial e passe a ter a “tarifa cheia” quando houver a duplicação. Questionado se pagar R$ 50 para chegar de Belo Horizonte até Governador Valadares não seria muito caro, Viana disse que o motorista é quem deve dar a resposta nas audiências públicas.
“Eu entendo que um pneu furado vale muito mais do que R$ 50. Um acidente numa rodovia, como a que temos hoje até João Monlevade, não há preço que pague o trauma na família”, disse.