A Delegacia Regional de Itabira realizou nos dias 18 e 19 de junho capacitação para o atendimento humanizado às vítimas de violência doméstica e sexual em Itabira. Nos dois dias de curso, quarenta e cinco pessoas, entre policiais civis, estagiários e servidores administrativos receberam treinamento com delegados, perito criminal, médico legista, juíza, psicólogos e assistentes sociais.
Na abertura, o delegado regional de Itabira, Helton Cota, ressaltou a importância de treinamento dos policiais civis e demais servidores envolvidos.
No primeiro painel, a Dra. Amanda Machado Celestino, delegada de polícia, abordou as especificidades da investigação dos crimes em que aplicada a Lei Maria da Penha e sobre a necessidade de especialização do atendimento às vítimas, com foco especial nas recentes alterações da Lei n. 11.340/2006, promovidas pelas Leis n. 13.505/2017 e 13.827/2019.
Em seguida, o médico legista Felipe Bedeschi e a perita criminal Beatriz Ferreira trataram sobre os exames periciais relacionados à violência doméstica e sexual, cadeia de custódia e protocolo humanizado para atendimento às vítimas de violência sexual.
As assistentes sociais Cláudia Assis e Maria de Fátima demonstraram, em forma de teatro, formas inadequadas de condução do atendimento às vítimas, de modo a provocar reflexão dos participantes para a empatia durante a acolhida das mulheres em situação de violência na delegacia.
No encerramento do primeiro dia, as psicológicas Natércia Aguiar e Tatiana Gavazza trataram sobre os aspectos sociais e psicológicos da violência.
A Dra. Cibele Mourao, juíza titular da 2a Vara Criminal de Itabira, com competência para os julgamentos dos crimes perpetrados no âmbito das relações domésticas e familiares, explanou sobre a palavra da vítima como meio de prova, os limites na colheita da prova e a escuta humanizada.
Na sequência, o Dr. Diogo Luna, delegado de polícia lecionou a respeito do conceito gênero, pessoalidade como forma de construção da identidade e aplicação da Lei Maria da Penha aos transgêneros.
As psicólogas Kessia Guerra e Janaína Ávila e o voluntário do grupo reflexivo Itabira por Eles, Gleidson Valeriano, encerraram o evento com discussão sobre micromachismos e diversas faces da violência de gênero.
A iniciativa foi um projeto piloto na regional, que pretende ainda este ano capacitar outra turma de policiais civis para o atendimento humanizado às mulheres em situação de violência doméstica.