A Argentina sofreu muito, mas contou com uma penalidade assinalada com o VAR e convertida por Messi, além de um pênalti agarrado por Armani, para empatar por 1 a 1 com o Paraguai, na noite de quarta-feira (19/06), no Mineirão, em Belo Horizonte. Com o resultado, porém, amargou o seu segundo jogo consecutivo sem vitória nesta Copa América – antes caiu por 2 a 0 diante da Colômbia, no sábado, na estreia em Salvador.
Com isso, a seleção argentina seguiu na lanterna do Grupo B da competição, agora com um ponto, e enfrentará o Catar no próximo domingo, na Arena do Grêmio, em Porto Alegre, sob sério risco de ser eliminada já na fase de grupos. Os catarianos, também com um ponto, ocupam a terceira posição pelo melhor saldo de gols.
Já os paraguaios, que haviam estreado com empate por 2 a 2 com o Catar, no Maracanã, chegaram aos dois pontos e se isolaram na vice-liderança da chave. O topo isolado é da Colômbia, que em outro duelo da noite, no Morumbi, superou os catarianos por 1 a 0, ficou com seis pontos e já assegurou classificação às quartas de final como líder.
Também no próximo domingo, o Paraguai vai encarar os colombianos na Arena Fonte Nova dependendo apenas de si para garantir a vice-liderança e a consequente classificação, pois argentinos e catarianos podem chegar ao máximo de quatro pontos.
O Paraguai, entretanto, não soube aproveitar a grande chance que teve de vencer os argentinos e viu o seu jejum histórico contra a Argentina aumentar na história da Copa América – são 19 triunfos dos argentinos e seis empates em 25 encontros entre as seleções no torneio continental.
O JOGO – Mesmo com os argentinos precisando de uma vitória para aumentar as suas chances de classificação, o técnico Lionel Scaloni mandou o seu time a campo sem Agüero e Di Maria. Escalou Rodrigo De Paul para dividir a armação com Lo Celso no meio-campo e colocou Lautauro Martínez para fazer dupla de ataque com Messi.
Os argentinos começaram o confronto de maneira dominante e pressionavam os paraguaios em seu campo de defesa. Porém, o conjunto da equipe deixava a desejar e Messi, bem marcado, não conseguia fazer valer a sua grande categoria diante da forte defesa adversária.
E a Argentina também voltou a exibir as suas deficiências defensivas, que os paraguaios começaram a aproveitar. O primeiro grande susto tomado pelo time de Scaloni ocorreu aos 28 minutos, quando Derlis González recebeu lançamento no lado direito, invadiu a área e chutou cruzado. A bola desviou em um defensor e passou com perigo perto da trave direita do goleiro Armani.
Apagado, Messi voltou a aparecer em cobrança de falta aos 33, mas cobrou com pouca força e facilitou a vida de Gatito, que defendeu fácil. E a resposta paraguaia, três minutos depois, veio com um gol. Após acionado pela esquerda, Almirón foi até a linha de fundo, acreditou na jogada até o fim e cruzou rasteiro. Richard Sánchez, com espaço no meio da desarrumada defesa argentina, recebeu no centro da área e finalizou de primeira para acertar o canto esquerdo baixo de Armani.
A Argentina sentiu o peso do gol e correu sério risco de levar o segundo aos 40 minutos, quando Rodrigo Rojas recuperou uma bola no meio-campo e tocou para Arzamendia, que acionou Santander pela direita. O parrudo atacante invadiu a grande área com liberdade, mas finalizou muito mal e desperdiçou a chance do 2 a 0.
REAÇÃO E DRAMA NA ETAPA FINAL – Em desvantagem no placar, Scolani sacou Roberto Pereyra e voltou para o segundo tempo com Agüero no ataque. E a sua mudança se mostrou acertada já a partir do sexto minuto, quando o atacante do Manchester City recebeu uma bola na linha de fundo e cruzou para Lautaro Martínez bater de primeira e acertar o travessão. No rebote, a bola sobrou para Messi, que finalizou forte, mas parou em boa defesa de Gatito.
Pouco depois, porém, o lance foi revisado pela arbitragem de vídeo (VAR), por meio da qual o brasileiro Wilton Sampaio concluiu que Iván Piris tocou a bola com o braço de forma irregular na hora do arremate de Martínez. O juiz apontou a penalidade. E, aos 11 minutos, Messi cobrou forte no canto esquerdo de Gatito para empatar o jogo.
O drama argentino, entretanto, voltou a se fazer presente aos 16 minutos, quando Derlis foi acionado, invadiu a área e foi derrubado de maneira imprudente por Otamendi, que deu um forte carrinho por trás nas pernas do paraguaio. Na hora de tentar colocar a sua seleção à frente do placar novamente, o mesmo Derlis bateu no canto esquerdo baixo de Armani, que fez a defesa e depois ainda gesticulou pedindo silêncio aos torcedores adversários ao comemorar sua intervenção.
Foi a redenção de Armani, que no final da primeira etapa chegou a falhar feio ao errar uma saída de bola, ser desarmado por Derlis e depois acertar em cheio o paraguaio na sequência do lance. A falta foi tão forte que ele acabou punido com um cartão amarelo.
Depois disso, Scaloni tirou Lautaro Martínez e colocou Di María, mas a Argentina pouco fez por merecer a vitória, pois sofria muito para chegar ao ataque. E na defesa, Armani voltou a salvar os argentinos em falta batida por Matías Rojas aos 38 minutos. O treinador argentino ainda tentou a última cartada ao trocar o meia De Paul pelo atacante Matías Suárez, mas ele tinha pouco tempo para mostrar serviço. E o empate manteve as duas seleções ainda sem vitórias nesta Copa América.
FICHA TÉCNICA
ARGENTINA 1 X 1 PARAGUAI
ARGENTINA – Armani; Casco, Pezzela, Otamendi e Tagliafico; Roberto Pereyra (Agüero), Paredes, Lo Celso e Rodrigo De Paul (Matías Suárez); Messi e Lautaro Martínez (Di María). Técnico: Lionel Scaloni.
PARAGUAI – Gatito Fernández; Piris, Gustavo Gómez, Alonso e Arzamendía; Rodrigo Rojas, Richard Sánchez, Derlis González (Juan Escobar) e Almirón (Ortiz); Matías Rojas e Federico Santander (Oscar Romero). Técnico: Eduardo Berizzo.
GOLS – Richard Sánchez, aos 36 minutos do primeiro tempo; Messi, de pênalti, aos 11 do segundo.
ÁRBITRO – Wilton Sampaio (BRA).
CARTÕES AMARELOS – Gustavo Gómez, Rodrigo Rojas (Paraguai); Armani, Otamendi e Tagliafico (Argentina).
PÚBLICO – 35.265 pagantes (38.018 ao total).
RENDA – R$ 6.718.370,00.
LOCAL – Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte (MG).