Um culto ecumênico foi realizado nesta terça-feira (25/06) em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, para lembrar os cinco meses do rompimento da barragem da Vale. Participaram líderes das igrejas Católica e Luterana, familiares e amigos de vítimas e de índios.
Por volta das 12h começou a ser lida a lista com os nomes dos 246 mortos e dos 24 desaparecidos. Um minuto de silêncio foi feito às 12h28, horário da tragédia.
O filho de Yolanda Silva, Robert Teodoro, de 19 anos, está entre os desaparecidos. “A lembrança é todo dia. É um ato para a gente não esquecer a tragédia. A Vale sabia e agora fica dando R$ 1 mil para o povo. Ela é criminosa, acabou com a minha vida”, desabafou.
Uma música feita por membros da tribo Pataxó Hã-Hã-Hãe, que vive entre Brumadinho e São Joaquim de Bicas, foi cantada. A esposa do cacique, Ango-Ró, afirmou que é preciso mais realizar mais manifestações. “É um ato de resistência de todos os atingidos e que não pode parar. Estamos abandonados. A gente precisa se unir para fazer mais atos. Ninguém visita as comunidades mais.”
Ela conta que a rotina da tribo, que vive às margens do Rio Paraopeba, poluído pelos rejeitos, mudou. “Não podemos mais fazer o nosso ritual sagrado. Essas crianças, com o calor, têm vontade de tomar banho, e a gente não tem peixe”, disse.