Nos últimos anos o sistema de monitoramento da qualidade do ar implantado e operado em Itabira pela empresa Vale S/A tem sido muito questionado – é importante lembrar que tal sistema foi implantado no início da década passada, em cumprimento a algumas condicionantes da Licença de Operação Corretiva (LOC) obtida pela Vale em 18 de maio de 2000.
O assunto ganhou destaque recentemente após o site itabirano “Vila de Utopia” (www.viladeutopia.com.br) publicar no dia 12 de junho de 2019 um texto com o título “Rede de monitoramento da qualidade do ar está ultrapassada e precisa ser modernizada, diz secretária de Meio Ambiente”, no qual é afirmado que na reunião do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Codema) realizada em 4 de abril deste ano o engenheiro ambiental Fabrício Milânio, diretor de Preservação Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA), informou que não teria como apresentar dados do monitoramento da qualidade do ar, uma vez que “problemas técnicos vêm sendo registrados com maior frequência desde meados do ano passado”, incluindo problemas nos aparelhos medidores e também na própria manutenção do sistema. No mesmo texto é destacada uma fala da secretária de Meio Ambiente, Priscila Braga Martins da Costa, que anunciou a intenção de solicitar à Vale a aquisição de novos equipamentos, porque “os aparelhos de medição são antigos e analógicos, não são digitais” e “as informações chegam com quatro horas de atraso, em média”.
No dia seguinte, 13 de junho de 2019, mais um texto relacionado ao tema foi publicado no “Vila de Utopia”, desta vez com o título “Vale diz adotar medidas necessárias para diminuir a poeira em Itabira” – a primeira frase deste texto é a seguinte: “De acordo com a Vale, a função do monitoramento da qualidade do ar é registrar as concentrações de partículas totais em suspensão e as inaláveis (PM10).”. Neste segundo texto são citadas medidas usadas pela empresa no controle da poeira, como o uso de caminhões-pipa para molhar as vias de acesso às minas, a pulverização de água e a aplicação de polímeros nos taludes das minas e a revegetação de áreas mineradas, além de informações sobre um estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP) e apresentado na Câmara Municipal de Itabira em julho de 2005, quando o professor Paulo Saudiva, coordenador do estudo, afirmou que “Assim como ocorre em outras cidades, também em Itabira as doenças respiratórias aumentam no inverno e diminuem no verão. A causa não é só a poeira, mas essas doenças são agravadas ou aceleradas por ela.” – na época a equipe da USP sugeriu realizar novas pesquisas, mas os estudos não tiveram continuidade.
Ao ler esses dois textos, considerei importante acrescentar algumas informações sobre o tema: Entre 2014 e 2016 a equipe da SMMA de Itabira esteve em contato com a prefeitura de Belo Horizonte e conheceu o Sistema de Monitoramento da Qualidade do Ar da capital mineira para avaliar a viabilidade de criar a “Rede de Monitoramento da Qualidade do Ar do Município de Itabira”, prevista no artigo 219, inciso I, do Plano Diretor do Município então em vigor (Lei Complementar Municipal 4034/2006). A implantação da “Rede de Monitoramento da Qualidade do Ar Municipal” não foi viável naquele momento, mas o tema foi discutido em reuniões do Codema e em um trabalho denominado “Análise das emissões atmosféricas e seus impactos em cidades com mineração: o caso de Itabira”, apresentado à Secretaria Municipal de Meio Ambiente pela empresa Biogea Engenharia Ambiental em conjunto com profissionais do curso de Engenharia Ambiental da Universidade Federal de Itajubá (Unifei) – campus Itabira. Este trabalho também foi apresentado ao prefeito da época, Damon Lázaro de Sena, e à equipe da área ambiental da Vale, gerando uma série de sugestões de melhorias na “Rede de Monitoramento da Qualidade do Ar” operada pela empresa – as sugestões foram apresentadas ainda à equipe da Gerência de Qualidade do Ar e Emissões Atmosféricas da Fundação Estadual do Meio Ambiente – FEAM, em um encontro no qual a SMMA foi representada pela então Superintendente de Meio Ambiente da SMMA, Luciana Rodrigues de Paula Otoni.
É hora de resgatar todos esses trabalhos – da SMMA, do Codema, da USP, da Unifei, da empresa Biogea e demais envolvidos – e providenciar as melhorias necessárias no controle da qualidade do ar que todos nós respiramos. Mãos à obra!
TRABALHO RECONHECIDO
O engenheiro Dartison da Piedade Fonseca informou recentemente que o projeto de abastecimento de água organizado e executado na comunidade rural do Ribeirão São José de Cima foi destaque na revista do Rotary Internacional e está concorrendo a um prêmio do movimento rotariano. Dartison destacou que o projeto foi viabilizado por meio de uma grande parceria entre o Rotary Club Itabira-Cauê, a Interassociação dos Amigos dos Bairros de Itabira, a Associação de Moradores do Ribeirão São José de Cima, a cooperativa de crédito SICOOB, a Cenibra e outros parceiros.
Deixo aqui os parabéns a todos os envolvidos e um desejo: “que outras iniciativas semelhantes sejam viabilizadas por meio dessas organizações e que mais pessoas e organizações possam se agregar para ampliar ainda mais as parcerias”, como desejou o próprio Dartison em um comentário ao final de nossa conversa… Assim seja!
25º CONGRESSO DAS ASSOCIAÇÕES
Na manhã do último sábado do mês de julho de 2019 será realizado o XXV Congresso Municipal das Associações de Moradores de Itabira – trata-se de um encontro anual promovido pela Interassociação dos Amigos dos Bairros de Itabira desde 1995, no qual são discutidos os principais temas de interesse da comunidade. Neste ano os temas em discussão serão a participação da comunidade, o exercício da cidadania, o funcionamento dos órgãos públicos, as políticas públicas e a organização das entidades comunitárias.
Para participar do XXV Congresso Municipal das Associações de Moradores de Itabira as entidades deverão indicar seus representantes por meio de ofício à Interassociação – para saber mais ligue para (31)3834-0874 ou compareça à sala 42 do Mercado Municipal “Caio Martins da Costa”, localizado à Avenida João Pinheiro, 535 – Centro – Itabira.