Durante comício na Carolina do Norte nesta quarta-feira (17), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou a deputada oposicionista Ilhan Omar – que nasceu na Somália – de minimizar os atentados terroristas de 11 de Setembro e de “rir de norte-americanos que alertavam sobre a Al-Qaeda”.
Em seguida, os apoiadores do republicano gritaram, em coro: “Mande-a de volta”.
Ilhan Omar é a primeira congressista dos EUA de origem somali — Foto: Reuters/Erin Scott
Omar é uma das quatro deputadas do Partido Democrata sobre as quais Trump escreveu uma publicação considerada racista, no domingo. No texto, o presidente afirmou que elas deveriam “voltar e ajudar a consertar os lugares totalmente quebrados e infestados de crime de onde vieram”.
“É tão interessante ver parlamentares democratas ‘progressistas’, que vieram originalmente de países cujos governos são uma catástrofe total e completa, dizendo cruelmente ao povo dos Estados Unidos como o nosso governo deve ser administrado”, disse Trump, em uma série de três comentários no Twitter.
Congressistas norte-americanas dão entrevista após declarações de Donald Trump consideradas racistas — Foto: Erin Scott/Reuters
Embora não tenha mencionado nomes, Trump parecia estar se referindo a um grupo conhecido como “o esquadrão”, que tem sido muito crítico ao presidente e também da atual liderança democrata da Câmara, entre elas:
- Alexandria Ocasio-Cortez, nascida nos Estados Unidos, de origem latina;
- Ayanna Pressley, nascida nos Estados Unidos, de orgiem africana;
- Rashida Tlaib, nascida nos Estados Unidos, de origem palestina;
- Ilhan Omar, nascida na Somália.
Ainda no discurso desta quarta-feira, Trump insistiu que as deputadas deveriam deixar o país “se não gostam” dos EUA. “Foi por isso que disse: ‘ei, se não gostam daqui, podem ir embora”, disse.
“Elas não amam nosso país. Eu acho que, algumas vezes, elas odeiam”, afirmou Trump.
Câmara rejeita impeachment
A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos votou nesta quarta-feira para derrubar por ora uma resolução de impeachment contra Trump.
O autor da resolução, o deputado democrata Al Green, buscava capitalizar sobre a crescente crítica contra Trump após os ataques recentes que ele fez a deputadas democratas que pertencem a minorias étnicas.
A Câmara votou por 332 votos a 95 para derrubar a medida.