Já pensou em encontrar uma jiboia bem na Praça Raul Soares, no centro de Belo Horizonte? Esta cena inusitada assustou quem passava pela praça, há cerca de três anos. A cobra, que foi recolhida pelo Corpo de Bombeiros, se tornou a mascote da Fundação Ezequiel Dias (Funed) e hoje espera por um nome. Qualquer pessoa pode fazer sugestões presencialmente ou através das redes sociais da instituição até o dia 23 de julho.
Considerada a segunda maior serpente do Brasil, a jiboia pode chegar até a 3 metros. É um réptil que não tem veneno, mas costuma se enrolar e matar a presa por asfixia. Como foi capturada bem filhote, a mascote da Funed, que hoje mede 1,30m, é mansa, garante o técnico do serpentário Leonardo Noronha. “Uma jiboia, quando chega da natureza, chega agressiva. Esta foi abandonada na praça ainda filhote e, por isso, chegou tranquila”, explicou.
O Serpentário da Funed possui outras duas jiboias, todas fêmeas. “Cobra não possui dimorfismo sexual. É preciso fazer exame na cauda para descobrir se é macho ou fêmea, porque os órgãos são todos internos”, explicou Leonardo.
Em cativeiro, com luz, umidade e alimentação controladas, a espécie pode viver de 30 a 40 anos, tempo superior à expectativa de vida na natureza, onde há predadores e condições de temperatura instáveis.
No serpentário, a alimentação das jiboias é apenas de camundongos. Segundo Leonardo, são apenas três a cinco por mês. “O metabolismo da cobra é muito lento. É um animal que não precisa de uma fonte de energia diária. Como o local é restrito para movimentação, esta alimentação supre bem”, contou.
Sobre o concurso
As propostas de nomes devem levar em conta a história e a personalidade da espécie. A enquete estará aberta até a terça-feira da semana que vem, dia 23 de julho.
Os três mais originais serão escolhidos por uma comissão interna para uma segunda votação, que acontecerá até o dia 30 de julho, também presencialmente ou pelas redes sociais. O anúncio do novo nome da mascote da Fundação será feito durantes as comemorações dos 112 anos da Funed, no dia 2 de agosto.
Serpentário
O Serpentário da Funed possui cerca de 200 cobras. O setor recebe e cria serpentes e escorpiões para a extração de venenos para a produção de soro e fornecimento para pesquisas. O serpentário também tem importante papel de divulgar conhecimento sobre animais peçonhentos para a população.
Parte do acervo está aberto ao público, que pode visitar outras áreas, como a biblioteca e caminhão do Ciências em Movimento.