A Prefeitura de Itabira assinou Memorando de Entendimento (MoU) com a Chalieco (China Aluminum International Engineering Co. Ltd.), empresa de metais subsidiária da Chinalco (Alumínio Corporation of China Ltd.), grupo corporativo que tem o governo chinês como acionista majoritário para investimentos que podem chegar a US$ 200 milhões na cidade. Como garantia, o município ofereceu royalties da mineração – Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem).
Os recursos serão destinados à expansão do campus local da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), à construção do Parque Científico e Tecnológico e um aeroporto de cargas.
De acordo com o prefeito, Ronaldo Magalhães, uma vez concretizado, o convênio se tornará um marco histórico para o Brasil, uma vez que a cidade será pioneira na parceria governamental com o país asiático. É que o documento assinado direciona um acordo de cooperação entre as partes vislumbrando projetos futuros, permitindo a cidade a acessar um empréstimo internacional.
“O ineditismo se deve ao fato de eles ficarem responsáveis não apenas pelo financiamento dos empreendimentos, mas também pelos projetos de engenharia, aquisição de materiais e realização das obras. Este tipo de acordo já existe em outros países, mas no Brasil são necessários diferentes processos de licitações para cada etapa do projeto”, explicou.
Por isso, conforme o prefeito, os esforços para superar tais burocracias já começaram. Ainda esta semana, representantes do Executivo municipal e os executivos chineses se reunirão com os governos federal e estadual. Nesta quarta-feira (31/07), se reunirão com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, em Brasília. Na sexta-feira (02/08), o encontro está agendado com o vice-governador de Minas Gerais, Paulo Brant.
“O modelo da parceria ainda não foi finalizado, mas nossa intenção é que seja feita apenas uma licitação, pois sabemos que eles terão totais condições de vencer o certame. Já em relação aos investimentos, os chineses indicaram intenções de investir até US$ 200 milhões, a depender da capacidade de endividamento do município”, disse.
Entre as vantagens do negócio, Magalhães citou não somente a expertise do grupo chinês, mas os juros muito abaixo dos praticados no Brasil. “A taxa está em torno de 2% ao ano, enquanto a média nacional gira em torno de 9%”, ressaltou.
Diversificação – Também conforme o prefeito, os projetos almejados proporcionarão novo horizonte à economia Itabira, altamente dependente da extração mineral e cuja exaustão já está prevista para os próximos anos.
Para se ter uma ideia, conforme a prefeitura, a expansão do campus local da Unifei, eleva os atuais 2.500 alunos para 10 mil na construção de todo o complexo. Além disso, estudos de impacto financeiro estimam que os gastos da comunidade universitária na cadeia de serviços da cidade saltará de R$ 52 milhões para R$ 260 milhões por ano.
Já o Parque Científico e Tecnológico de Itabira (PCTI) tem terreno disponibilizado de 380 mil metros quadrados, a três quilômetros da Unifei. A estrutura contemplará prédios para incubadoras de empresas e módulos tecnológicos, aprimorando a região para atrair novos investimentos.
E a planta do terminal de cargas aponta um aeródromo com dois quilômetros de pista e todas as instalações de apoio, tanto para operações de abastecimento e escoamento de produção, quanto para passageiros, objetivo secundário da proposta. A estrutura tem terreno viabilizado a cinco quilômetros da área que receberá o PCTI.