Para administrar o tráfico de drogas, celulares dentro do presídio. Para lavar o dinheiro arrecadado com o crime, contas bancárias de familiares. Assim agia o chefe da venda de entorpecentes pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) em Minas Gerais. O envolvimento do suspeito, que está atrás das grades em uma cadeia no Triângulo, foi descoberto em ação conjunta desencadeada pelas forças de segurança.
Além do líder da facção, seis pessoas foram presas no Estado. O bando foi identificado após um ano de investigações pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco), durante a operação “Caixa Forte”. O grupo é composto pelas polícias Federal, Rodoviária Federal, Civil e Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).
De acordo com o delegado da PF Alexsander Oliveira, que coordena a Ficco, o detento de Uberaba era o responsável por comandar o setor chamado de “Geral do Progresso”. “Ele era o chefe máximo do PCC em Minas, coordenava a distribuição de drogas aos membros da quadrilha, que distribuíam nas ruas”.
Investigações apontam que, em um ano, o PCC teria lucrado cerca de R$ 7 milhões com o tráfico de drogas
Finanças
Os demais detidos tinham relações pessoais com o homem e forneciam as contas bancárias. Os trabalhos também identificaram um suspeito, do Paraná, como responsável por realizar toda a contabilidade no Brasil e em outros países. Segundo as investigações, ele está preso na Penitenciária Estadual de Piraquara, em Curitiba. Ao todo, as forças de segurança bloquearam 45 contas. Só nessas, a operação identificou lucro de R$ 7 milhões da facção com a venda de drogas.
O valor, porém, é maior, pois, “centenas de contas são utilizadas” no esquema, conforme a PF. A força-tarefa atuou em 18 cidades de Minas, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná. Os policiais prenderam, ao todo, 34 pessoas.
Atualmente, a Polícia Federal estima que o PCC atua nos 26 estados e em outros países. A facção movimenta semanalmente, só com o comércio de cocaína, R$ 5 milhões no território nacional. Por aqui, cerca de 2.400 bandidos fazem parte do PCC, garantiu a corporação.
2,4 mil criminosos fazem parte do PCC em Minas, segundo a Polícia Federal
Rota
Anderson Damasceno, chefe substituto da seção de Operações da Polícia Rodoviária Federal em Minas, explicou que o Triângulo é uma importante rota para a circulação de entorpecentes que abastecem Rio de Janeiro e São Paulo.
Ele adiantou que a corporação deve, nos próximos meses, implantar um canil para atender a região, auxiliando na localização de drogas escondidas em carros, ônibus e caminhões.
“A comunicação entre os criminosos, por redes sociais, facilita muito a movimentação”, frisa Damasceno.