O papa Francisco disse, neste domingo (25), estar “preocupado” com os incêndios que devastam a floresta amazônica, “este pulmão vital para o nosso planeta”.
“Estamos preocupados com os grandes incêndios que se desenvolveram na Amazônia”.
Esse pulmão florestal é vital para o nosso planeta”, afirmou o pontífice argentino durante a tradicional oração do Angelus, diante de uma multidão de fiéis reunidos na Praça São Pedro.
O papa sul-americano, que realizará uma grande conferência mundial sobre a Amazônia, convidou os 1,3 bilhão de católicos de todo o mundo a “rezar para que, graças ao empenho de todos, esses incêndios sejam extintos o mais rápido possível”.
Francisco, eleito em março de 2013, se reuniu em maio com o líder indígena Raoni, que viajou à Europa para advertir sobre o desmatamento da Amazônia. O líder da etnia Kayapó também procurava levantar um milhão de euros para proteger a reserva do Xingu, no Brasil.
Em sua encíclica “Laudato si” (maio de 2015), um texto com tom muito social sobre a ecologia, o papa denunciou a exploração da floresta amazônica por “enormes interesses econômicos internacionais”.
Em janeiro de 2018, o pontífice argentino de 82 anos visitou Puerto Maldonado, um vilarejo no sudeste do Peru cercado pela floresta amazônica, para onde milhares de indígenas peruanos, brasileiros e bolivianos haviam convergido.
Na ocasião, ele criticou “a forte pressão de grandes interesses econômicos que cobiçam o petróleo, o gás, a madeira, o ouro, as monoculturas agroindustriais”.
Para o papa, esta primeira viagem à Amazônia foi o pontapé para os preparativos da Assembleia Mundial dos Bispos (sínodo) em outubro próximo, dedicada a essa floresta que ocupa 43% do território da América do Sul e onde vivem quase três milhões de indígenas.
A Igreja Católica tem consciência da sangrenta história da evangelização da América Latina no século XVI e reconhece que nem sempre tratou com respeito os povos da Amazônia. Mas agora está envolvida em muitos projetos para ajudar os povos amazônicos a preservar seus costumes e sua identidade.
Antes da oração do Angelus, o cardeal Jorge Bergoglio também instou os fiéis a “lutar contra todas as formas de injustiça” e “levar uma vida humilde e boa, uma vida de fé que se traduz em ação concreta”.
Para entrar no “Paraíso, não haverá numerus clausus”, mas “não será uma bela rodovia também, com, basicamente, um grande portal” de entrada, disse, sobre o Evangelho do dia que evoca “a porta estreita” para o Paraíso.
Para Francisco, é “uma porta estreita” no sentido de que “é (um percurso) exigente, que requer esforço, isto é, vontade determinada e perseverante de viver segundo o Evangelho”.