Em um novo capítulo da crise política provocada pelo Brexit, o Parlamento britânico aprovou nesta quarta-feira (04/09) um projeto que proíbe o Reino Unido de sair da União Europeia (UE) sem acordo.
A medida foi aprovada na Câmara dos Comuns com 329 votos favoráveis e 300 contrários e confirma a derrota sofrida na terça-feira (03/09) pelo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que prometera realizar o divórcio em 31 de outubro, com ou sem acordo com Bruxelas. A nova decisão, no entanto, pode dar abertura para esta data ser adiada para 2020, aumentando ainda mais as incertezas políticas no país.
No texto aprovado fica estabelecido que o Reino Unido terá até o dia 19 de outubro para finalizar o acordo com a União Europeia e aprová-lo no Parlamento. Caso contrário, o premier deverá solicitar um adiamento do Brexit para até 31 de janeiro. Entretanto, o projeto precisa ser sancionado para tornar-se lei.
Para isso acontecer, algumas emendas do documento ainda devem ser votadas para depois passar pelo Câmara dos Lordes, espécie de Senado, e ser confirmado pela rainha Elizabeth II. A expectativa é de que o texto seja analisado já nesta quinta-feira (05/09) para o trâmite ser finalizado até o próximo dia 9, data em que o Parlamento entra em recesso, de acordo com a determinação de Johnson. O premier, por sua vez, se recusa a aceitar qualquer derrota e afirmou que se o projeto virar lei pretende convocar novas eleições para o próximo dia 15 de outubro.
Na terça (03/09), os parlamentares aprovaram uma moção para assumir o controle da pauta da Câmara dos Comuns e, desta forma, conseguir votar este projeto para barrar o “Brexit hard”.