Atire a primeira pedra quem nunca “travou” no dilema de escolher as bebidas certas para harmonizar com um almoço ou jantar preparado para convidados. Cerveja para acompanhar os petiscos, um vinho tinto encorpado para o prato principal ou um branco levinho para arrematar a sobremesa? Se quiser simplificar, vá de espumante!
Vinho branco resultante de uma segunda fermentação natural – responsável pelo perlage, as boas e divertidas borbulhas –, a bebida pode até parecer chique demais para acompanhar um canapé simplesinho ou a corpulenta feijoada de domingo. Parece, mas não é! De paladar fresco, leve e descomplicado, casa com todo tipo de prato. Acredite!
“Têm como principais características a refrescância e a versatilidade para harmonização, devido à acidez e ao gás carbônico, o responsável pela borbulha – inexistente nos vinhos ‘tranquilos’. É uma bebida frutada, fresca e, acima de tudo, versátil”, assegura o instrutor de cursos da Casa Rio Verde, em Belo Horizonte, Renato Vinhal.
Diferencial da bebida, que casa com qualquer comida, está na acidez. Característica ajuda a “limpar” e prepara o paladar para cada garfada; combinação perfeita para pratos chiques e até para a tradicional feijoada
Acidez
O sommelier reforça que o grande trunfo do espumante (não necessariamente a champagne, como muita gente fala – aprenda a diferenciá-los no infográfico no fim da matéria) é a acidez, que “limpa” a boca garantindo a experiência perfeita na degustação de qualquer prato. “Boa companhia para cardápios finos, mas também para uma feijoada ou para as receitas de inverno”, acrescenta, referindo-se a massas, fondues e risotos, mais “pesados”.
O truque na hora da escolha é observar as características do rótulo. Tipo de uva, local de origem e método de elaboração definem que tipo de espumante combina com que tipo de prato. “Há estilos muito distintos, dos mais frescos e leves aos encorpados. Depende muito do tipo de produção, principalmente do tempo de amadurecimento”, explica a sommelière Ana Cristiana Fulgêncio, do Wine, clube virtual de vinhos.
Renegados por muita gente, os elaborados com a uva Moscatel, por exemplo, bastante frutados e doces, podem até não garantir uma harmonia perfeita com a maior parte dos pratos salgados, já que irão contrastar demais na boca. Mas são a escolha ideal para as sobremesas.
“O teor de açúcar muda bastante a harmonização. Espumantes doces combinam, principalmente, com sobremesas, ou contrapondo uma comida salgada – o que nem todo mundo gosta. Uma harmonização incrível é um rosé demi-sec ou doce com uma panna cotta de frutas vermelhas. É um caso de harmonização por similaridade”, ensina a especialista da loja virtual.
Escolha do rótulo deve considerar tipo de uva, método de elaboração e teor de açúcar da receita; bebida não deve se sobrepor nem ser mascarada pelos temperos e aromas presentes no prato
Experimente!
Quem não tem tanta familiaridade com os tipos de espumante e, portanto, não sabe que escolha fazer, deve começar de um jeito bem simples: experimentando, orienta o personal wine, Túlio Mendes.
“Existem diferentes formas de se harmonizar – por contraste, semelhança, temperatura e até a harmonização cultural. Dependendo do conceito que se usa, são obtidos aromas, sabores e sensações diferentes. Não sabe por qual optar? Prove”, ensina o especialista de BH.