- Amazônia, queimadas e exoneração
Liguei o som… tocava Engenheiros do Hawaii:
Corrida pra vender os carros
Pneu, cerveja e gasolina
Cabeça pra usar boné
E professar a fé de quem patrocina
E aí pensei: qual fé você professado? De quem é a palavra que você leva adiante?
Michel Temer é o maior defensor da Amazônia dos últimos 20 anos.
Estranho ler isso? Sim. Mas é o que aponta o relatório do INPE se observarmos o número total de queimadas ocorridas no ano de 2018 em comparação com demais anos.
Fonte: http://queimadas.dgi.inpe.br/queimadas/portal-static/estatisticas_paises/
Muitos questionaram a exoneração do Diretor do INPE (Sr. Ricardo Galvão) realizada a mando do Presidente. A pauta da reclamação era a mesma: o governo atual é contrário à ciência. Mas não é bem assim. O governo atual foi contrário à forma com que foi divulgada a informação relativa às queimadas na Amazônia Legal no mês de agosto de 2019.
A forma com que foi posta a notícia gerou uma comoção geral. Porém, aquelas palavras se revestiram de meias verdades. Assim como é meia verdade que Michel Temer tenha sido o maior Defensor da Amazônia nos últimos 20 anos. (Entendeu agora minha provocação?)
Como sempre costumo dizer por aqui: o mesmo fato pode ser noticiado de diversas formas possíveis. Não é razoável dizer que a Amazônia obteve neste ano mais que o dobro das queimadas do ano passado no mês de Agosto. Não é razoável dizer que Michel Temer é um grande ecologista. Como também não é razoável dizer que Lula foi responsável por dizimar a Amazônia legal, tendo em vista os anos de 2005, 2007 e 2010 (mais de 90 mil focos de incêndio por mês nos Agostos destes anos).
Fique atento, se informe e pense sobre o que acontece à sua volta. Afinal de contas: “quem mente antes, diz a verdade”.
- Crivella, livros de conteúdo impróprio, e o bom senso
Ainda ouvindo Engenheiros do Hawaii:
Há tantos quadros na parede
Há tantas formas de se ver o mesmo quadro
Há tanta gente pelas ruas
Há tantas ruas e nenhuma é igual a outra
Ninguém é igual a ninguém
E aí pensei: a mesma palavra tem referências diferentes para pessoas diferentes. A mesma pintura provoca sensações diferentes a pessoas diferentes
Marcelo Crivella, Prefeito do Rio de Janeiro, determinou a retirada de livros dotados de “conteúdo impróprio” sem embalagens adequadas da Bienal do Livro carioca.
Busquei saber: o que seria “conteúdos impróprio” na visão do daquele Prefeito?
Segundo o Crivella, ele simplesmente cumpriu o que manda a Lei do Estatuto da Criança e do Adolescente, conforme apresenta o artigo 78. Segundo este artigo, publicações de conteúdo “obsceno” devem ser disponibilizadas ao público em embalagens adequadas de modo a dificultar o acesso a tal conteúdo por crianças e adolescentes.
Bom… de acordo com o dicionário Michaelis “obsceno” quer dizer: o que é “contrário ao pudor”, “que denota vulgaridade”, etc.
Porém, o que para alguns agride, para outros é simplesmente amor.
Fique esperto. Busque conhecer as referências de quem é o dono do discurso. Afinal de contas: Todos iguais, todos iguais / Mas uns mais iguais que os outros
- Internet e o poder da desinformação
Enquanto eu continuava com o som dos Engenheiros do Hawaii me deparei com:
A pampa é pop
O país é pobre
É pobre a pampa
(O PIB é pouco)
O povo pena mas não para
(Poesia é um porre)
E aí pensei: como pode a ferramenta que propicia acesso à informação gerar tanto desconhecimento ao povo?
Um brasileiro que, aparentemente, conseguiu sucesso nos Estados Unidos é visto por muitos como pessoa admirável. Temos a cultura de valorizar o sucesso alheio (sem analisar a que custo foi alcançado). Temos, ainda, a mania de avaliar que “sucesso” se trata de riqueza material. Engano.
Recentemente um brasileiro, alegando pleno sucesso na terra do Tio Sam, passou a divulgar em seu canal do Youtube as maravilhas da riqueza material sem esforço. Tamanha foi a ilusão que mais de 4 milhões de pessoas passaram a acompanhar as publicações deste senhor.
Tamanho foi o “sucesso” deste “empreendedor” que foi eleito como Deputado Federal nas últimas eleições. Ele obteve mais de 65 mil votos. Trata-se de Luiz Miranda: o fenômeno do empreendedorismo brasileiro em terras estadunidenses.
O que os seus eleitores não sabiam era que a fortuna do, agora, Deputado foi alcançada por meio de condutas não tão aceitáveis. Alguns dizem: estelionato.
Primeiramente, era dono de uma franqueadora quebrada (que mantinha venda de franquias à base de desconhecimento dos interessados). Quando sua vida complicou no Brasil (aparentemente) se escafedeu para a ensolarada Miami com a grana dos franqueados.
Mais tarde passou a vender sonhos. Há quem diga que passou a ser Coach de verdadeiros fracassos. Porém, sempre ladeado com o dinheiro de “investidores” brasileiros que sonhavam com grana fácil… sem esforço. Recursos estes que eram direcionados ao seu patrimônio pessoal, segundo apurado.
Hoje o parlamentar está numa sinuca de bico. Terá que se explicar ao Partido Democratas, bem como à Justiça Eleitoral, à Procuradoria Geral da República, à Polícia Federal, à Justiça e àqueles que se deixaram enganar pelo conto do dinheiro sem esforço.
Fique atento. Sonhe alto – afinal sonhar pequeno ou grande dá o mesmo trabalho. Porém, sonhe com os pés no chão. Não se esqueça que O sonho é popular / Eu li isso em algum lugar / Se não me engano é Ferreira Gullar…
Fale com o colunista: [email protected]
2 Comentários
Que Deus proteja e ilumine sempre, parabéns.Informacao, será Bom para quem sabe ?, Ou para quem sabe usar?
Muito obrigado nobre Marçal! A reflexão é necesária. Abraço!