Policiais militares, policiais civis, agentes penitenciários e bombeiros de Minas Gerais rejeitaram, na noite desta segunda-feira (16), a proposta do governo do Estado por reajuste salarial, pagamento de ajuda de custo e das férias-prêmio. A categoria promete nova mobilização para a próxima quinta-feira (19), onde esperam um público de aproximadamente 19 mil pessoas. O Governo de Minas informou, por meio de nota, que reconhece as perdas salarias acumuladas entre janeiro de 2015 e agosto de 2019, no percentual de 28,82%. Informou, ainda, que assume o compromisso de recompor as perdas inflacionárias apuradas entre setembro de 2019 e dezembro de 2022. O pagamento começaria em setembro de 2020, e março de 2023.
A negociação durou toda a tarde e parte da noite. Depois de conversas entre lideranças dos membros da segurança pública com representantes do governo, secretários levaram a proposta de helicóptero até as mãos do governador Romeu Zema (NOVO). Mas, a proposta não agradou, e provocou indignação entre os presentes.
“O governo se comprometeu a repôr as perdas, inclusive com inflação, daqui para frente. Mas ela é inaceitável, porque não deu índice nenhum. O início da reposição seria em setembro de 2020. Nós não temos condições de esperar mais”, disse Domingos de Mendonça tenente-coronel da reserva da PM, que coordena o movimento de defesa dos direitos dos operadores de segurança pública.
As forças de segurança reivindicam a reposição das perdas inflacionárias, que segundo os representantes das categorias, está na ordem dos 28,63%. Também pedem ao governo o pagamento integral das férias-prêmio.
Uma grande mobilização é esperada para a próxima quinta-feira, às 14h, novamente na Cidade Administrativa. As lideranças têm expectativa de mais pessoas comparecerem ao ato. “Infelizmente, a segurança pública caminha para um colápso e para uma paralisação. O pessoal que está aqui, perdeu a confiança no governo. O Governo perdeu o que ele tinha, que era a credibilidade. O clima de velório e consternação vai ser muito grande”, comentou Mendonça. Segundo ele, não há articulação, neste momento, para a greve.
Posicionamento do Governo
Por meio de nota, o Governo de Minas reconheceu as perdas salarias acumuladas das forças de segurança entre janeiro de 2015 e agosto de 2019, no percentual de 28,82%. Informou, ainda, que assume o compromisso de recompor as perdas inflacionárias apuradas entre setembro de 2019 e dezembro de 2022. O pagamento começaria em setembro de 2020, e março de 2023.
“A grave situação econômica, com restos a pagar de R$ 34,5 bilhões e um déficit orçamentário projetado para 2019 de R$ 15 bilhões, infelizmente torna inviável a fixação antecipada dos índices de reajuste a serem concedidos. No entanto, atendendo às reivindicações, o Governo assume o compromisso fazer a recomposição das perdas inflacionárias mencionadas com o seguinte cronograma, quando, a cada ano, serão anunciados os índices aplicáveis: 1) setembro de 2020; 2) setembro de 2021; 3) setembro de 2022; e 4) março de 2023”, afirmou.
“Infelizmente, não é possível iniciar esse cronograma imediatamente. Um aumento nas despesas do Estado representaria agravar a falta de medicamentos para a população, precarizar ainda mais a prestação de serviços nas áreas de educação e na própria segurança pública”, completou.
Por fim, o governo reiterou o pedido “compreensão das nossas forças de segurança, dos valorosos servidores que desempenham um papel fundamental para a manutenção da ordem e da diminuição da criminalidade”. “Reafirmamos o compromisso de manter as negociações e o diálogo com os servidores da segurança pública, buscando os índices que serão aplicados nas datas estipuladas no cronograma apresentado”, finalizou.
A mobilização
A manifestação começou pontualmente às 14h. Com blusas brancas e bandeiras do Brasil, servidores da segurança pública iniciaram o protesto cantando o Hino Nacional e rezando a oração do Pai Nosso. O tenente-coronel Domingos de Mendonça, afirmou que servidores aguardariam até as 16h40 por uma posição do Governo de Minas. Minutos antes do tempo-limite, uma comissão entrou para as dependências da Cidade Administrativa para negociar. A reunião demorou cerca de 50 minutos e terminou com a promessa de apresentação do cronograma de reajuste. As propostas foram divulgadas por volta das 21h, e não agradaram.