O governo de Nicolás Maduro e parte da oposição moderada da Venezuela anunciaram na terça-feira (17/09) que chegaram a um acordo para a constituição de uma “mesa de diálogo nacional”, a fim de encontrar uma solução para a crise política que atinge o país e consolidar a paz. A decisão, porém, deixa à margem as organizações partidárias que apoiam o líder opositor Juan Guaidó, autoproclamado presidente da Venezuela e reconhecido por cerca de 50 países, incluindo os Estados Unidos.
Entre os partidos que aceitaram iniciar um diálogo com Maduro estão o Avanzada Progresista, o Movimento ao Socialismo (MAS), o Movimento Redes e o Movimiento Soluciones.
O documento assinado pelas partes contém seis pontos vinculados “a questões que serão progressivamente traduzidas em ações concretas”. Em uma entrevista coletiva em Caracas, o ministro das Comunicações da Venezuela, Jorge Rodríguez, afirmou que “por parte do governo ainda existe uma disposição absoluta de manter as portas do diálogo abertas e encontrar uma solução entre as divergências existentes”. O venezuelano ainda enfatizou que “para aprofundar e ampliar o diálogo político e institucional”, os parlamentares retornarão para a Assembleia Nacional pela primeira vez desde 2017, data em que o líder chavista declarou o Parlamento ilegítimo.
Além de Rodríguez, o ministro das Relações Exteriores, Jorge Arreaza, e o vice-presidente Delcy Rodríguez estiveram presentes na coletiva de imprensa.
O deputado do partido de oposição Cambiemos, Timoteo Zambrano, por sua vez, disse que este é um “processo para estabelecer uma mesa nacional para a Venezuela, suas instituições, sua democracia, a liberdade de todos e a paz como a suprema aspiração”.
“Não é um caminho fácil, mas é diferente, estamos comprometidos em agir com transparência e seriedade”, afirmou.
Por fim, o ministro das Comunicações explicou que “para lidar com a rapidez e urgência do caso” foram acordadas as novas atividades do Conselho Nacional Eleitoral e as garantias eleitorais que devem acompanhar o processo de votação”.
O acordo diz respeito à primeira grande divisão entre os opositores a Maduro desde que Guaidó se declarou presidente interior da Venezuela em janeiro, após declarar que o líder chavista venceu as eleições de maneira fraudulenta.