G1
O dia do metal voltou ao Rock in Rio na edição de 2019, nesta sexta-feira (04/10), com uma programação que formou um mar de camisas pretas na Cidade do Rock.
Após protestos de fãs, o Rock in Rio decidiu retomar a tradição e a ideia pelo jeito deu certo. Em 2017, pela primeira vez o festival não teve uma noite inteiramente dedicada a artistas do gênero.
No palco deste ano, o Iron Maiden foi a atração principal, mas pediu para tocar antes do Scorpions.
O primeiro fez um show teatral. Levou cenários e figurinos diferentes, lutinhas e tesouros do metal. Já o segundo cantou “Cidade Maravilhosa” e usou mesma guitarra verde e amarela de seu show em 1985 no festival.
Antes, Helloween – que substituiu Megadeth na programação – já havia dado o tom pomposo, com sonoridade afinada à do Iron e formação lendária. Já o Sepultura, que abriu a noite no Palco Mundo, apresentou uma música inédita de seu novo disco, previsto para 2020.
No Sunset, o trio feminino Nervosa disparou uma sequência de composições thrash. Mais tarde, Slayer lotou a plateia em um show de sua turnê de despedida.
A sexta também foi marcada pelo retorno das crianças à Cidade do Rock após liberação da Justiça. Teve até bebê de colo já caindo no Rock, como o pequeno Luan, de 7 meses. Na quinta, uma decisão da 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso do Rio de Janeiro proibiu a entrada de menores de 5 anos no festival.
Iron Maiden
Scorpions
Não bastou tocar “Cidade Maravilhosa”. Simpáticos e românticos, mas ainda tocando com peso o suficiente para estarem no dia do metal, o Scorpions fechou o dia e usou a mesma guitarra verde e amarela do festival de 1985. Quem ficou até o fim viu o show mais romântico da noite, principalmente a parte acústica com “Send me an angel” e, já plugada, a imbatível “Wind of Change”.
Helloween
No show com uma formação que une todos seus membros considerados lendários, os vocalistas Michael Kiske e Andi Deris e o guitarrista original Kai Hansen agitaram o público de seu power metal. Se isso não fosse o bastante, os alemães provaram que mereciam a promoção pro palco Mundo com uma apresentação focada nas duas partes de seus discos clássicos batizados “Keeper of the seven keys”, de 1987 e 1988.
Sepultura
A banda mineira começou a se apresentar com o Sol ainda brilhando e mais espaços vazios que de costume para a apresentação inicial do espaço, o maior do evento. Para segurar a plateia, fez um show sem grandes riscos, com foco no repertório do disco “Roots”. A surpresa foi a inédita “Isolation”, uma das faixas do novo disco, “Quadra”, previsto para 2020, e uma homenagem a Andre Matos, cantor de Angra e Shaman, que morreu em 2019, aos 47 anos.
Slayer
A banda de thrash metal fez muita gente com camisa do Iron Maiden perder uma posição mais nobre perto do Palco Mundo. Segundo integrante do seleto grupo dos Big 4 a tocar no Sunset (depois do Anthrax), o Slayer repetiu a velocidade de riffs e solos já ouvida no Rock in Rio 2013. Sabendo ou não da provável despedida, já que o show faz parte da “Final World Tour”, os fãs lotaram a frente do Palco Sunset como em nenhum outro show até agora no espaço secundário.
Anthrax
O Anthrax, considerados uma das quatro grandes do thrash metal, começou sua estreia no festival com pontualidade invejável, clássicos e um público digno de palco Mundo. Com uma apresentação enxuta (menos de uma hora), mas memorável, os americanos com grande parte de sua formação clássica mostraram que merecem um lugarzinho entre as atrações principais na próxima vez.
Torture Squad & Claustrofobia convidam Chuck Billy
As chances de dar errado eram escassas – e, de fato, não deu. A mistura de representantes selecionados do death/thrash garantiu, pelo menos até agora, talvez a sintonia mais direta entre público e banda no festival. Os brasileiros serviram como bom aquecimento para Chuck Billy, voz da seminal banda Testament. Acompanhado dos demais, ele disparou em sequência “Disciples of the watch”, “Practice what you preach” e “Electric crown”.
Nervosa
O power trio de Thrash Metal formado por Fernanda Lira, Prika Amaral e Luana Dametto apresentou um set conciso, mas bastante representativo do trabalho apresentado pelo grupo em outros palcos do mundo. A banda fez críticas à mistura entre religião e política e apresentou canções que funcionaram como um rolo compressor sonoro thrash.