Ministério da Saúde estima que o surto de sarampo do País deva levar de seis a oito meses, pelo menos, para ser contornado. Nos últimos 90 dias, foram relatados 5.404 casos da doença, com seis mortes. Embora a maioria dos registros (97%) esteja concentrada em São Paulo, há um número significativo de casos (179) espalhados em 18 Estados. O grande número de pessoas com a doença e os focos de infecção associados à baixa cobertura vacinal em vários pontos do País explicam as projeções pouco otimistas. A estimativa da pasta é de que 39,9 milhões de brasileiros – o equivalente a 20% da população – estejam suscetíveis ao vírus.
Para tentar reverter a tendência, a pasta promove a partir de segunda-feira uma Campanha Nacional de Vacinação. A estratégia será por faixas etárias. Na primeira fase, entre 7 e 25 de outubro, serão imunizadas crianças de 6 meses a 5 anos. Um dia D será organizado em 19 de outubro para esse grupo, considerado o mais vulnerável. A outra etapa, que começa em 18 de novembro, será voltada para pessoas entre 20 e 29 anos que não estão com a carteira em dia.
O grupo foi escolhido porque, entre integrantes dessa faixa etária, muitos receberam apenas uma dose do imunizante – como era preconizado no período. Com isso, a proteção contra a doença é menor. No próximo ano, serão realizadas outras três fases, também divididas por faixas etárias.
Ao comentar os dados da epidemia, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que municípios paulistas devem conviver com a doença por mais seis ou oito meses, mesmo que medidas de contenção sejam adotadas. “Se fizer tudo direitinho. Se afrouxar, volta a subir.” O ministro também mostrou preocupação com os Estados de Rio, Bahia e Pará, que tem o pior índice de cobertura vacinal do País. Nos últimos quatro anos, Rio Grande do Sul, Piauí, Acre, Maranhão, Bahia e Pará não atingiram indicadores considerados ideais de vacinação (iguais ou superiores a 95%).
Atendimento
O ministério divulgou novas orientações para tentar melhorar os indicadores de cobertura vacinal. Uma crítica feita por técnicos do Ministério da Saúde aos municípios está relacionada às barreiras que profissionais impõem a quem leva filhos para vacinar.
Entre os passos para melhorar o atendimento estão manter a sala de vacina aberta durante todo o horário de funcionamento da unidade, exigir apenas o cartão SUS, e não uma série de documentos, para aplicar a vacina – e identificar em todas as consultas quais são as pendências vacinais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.