O governo e a Confederação das Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie) anunciaram, na noite de domingo (13/10), um acordo que deve parar a onda de protestos no país, que durou 11 dias. O presidente Lenín Moreno recuou e concordou em revogar o decreto que retirava subsídios aos combustíveis após uma reunião com os líderes indígenas.
Segundo o presidente, a medida será substituída por uma nova, que será pensada junto com uma comissão com integrantes do movimento indígena, além da mediação das Nações Unidas e da Conferência Episcopal do Equador e com a supervisão das demais funções do Estado”. “O bem mais valioso que temos é a paz, e eu valorizo a paz como valorizo o sacrifício dos irmãos indígenas”, afirmou.
Relembre a crise
Há quase duas semanas, o Equador virou palco de protestos depois que o governo anunciou a retirada de um subsídio aos combustíveis. Ontem (13/10), o movimento indígena e Moreno iniciaram as negociações para colocar fim à crise no país. Os índios pediam a revogação do decreto, que fez com que o preço desses combustíveis aumentassem em até 123%.
A medida fazia parte de uma pacote de ajustes econômicos para cumprir o acordo firmado com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
No sábado (12/10), os protestos contra a medida foram os mais violentos, o que levou o governo a decretar toque de recolher e a convocar as Forças Armadas para conter os os manifestantes. Segundo a Defensoria do Povo, o número de mortos durante as manifestações subiu para sete. O governo contesta duas dessas mortes, dizendo que foram acidentais, e não provocadas pelas forças de segurança.
Neste domingo, o Mercosul e os presidentes do Fórum para o Progresso e Desenvolvimento da América do Sul declararam apoio ao presidente do Equador. No documento, os chefes de estado condenaram os protestos no país, avaliados como tentativas de desestabilização do governo.
Participaram da elaboração do texto os governantes da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai e Peru. Os países também rechaçam qualquer ação externa destinada a alterar a ordem pública e a convivência no Equador.
*Com informações da repórter Natacha Mazzaro