Destoando do tom adotado nos últimos dias, o presidente Jair Bolsonaro afirmou neste domingo (27) que pretende “ampliar qualquer comércio com a Argentina” caso o peronista Alberto Fernández, que faz parte da chapa da ex-presidente Cristina Kirchner, vença a eleição. O candidato da oposição ao governo de Mauricio Macri é o favorito no pleito que será realizado hoje. Bolsonaro também espera que Fernández “reveja” posição dita no passado sobre eventualmente deixar o Mercosul.
“Da nossa parte pretendemos ampliar qualquer comércio com a Argentina, mas, obviamente, como integrante do Mercosul, as cláusulas democráticas têm que se fazer valer”, disse o presidente da República após participar de uma conferência de negócios entre Brasil e Emirados Árabes.
“Esperamos que aquilo que ele (Fernández) falou há pouco, quando visitou Lula no Brasil, sobre rever a questão do Mercosul, que ele volte atrás”, acrescentou Bolsonaro. Após o comentário, em julho, Fernández adotou um tom mais moderado sobre o tema e evitou polemizar com o presidente brasileiro.
Nos últimos dias, Bolsonaro chegou a falar em suspender a Argentina se o eventual sucessor de Mauricio Macri resistir à abertura comercial. “O que nós queremos é que a Argentina continue na questão comercial, caso a oposição vença. Caso contrário, podemos nos reunir com o Uruguai e o Paraguai”, disse.
Crise nos vizinhos
Bolsonaro também voltou a se posicionar sobre a situação de outros países da América do Sul. No último sábado (26/10), ao chegar a Abu Dhabi, ele disse que está preocupado com as manifestações em territórios vizinhos.
“Espero que tudo seja resolvido [no Chile]. Mas logicamente o que aconteceu em um primeiro momento, com a depredação do patrimônio, assusta a todos nós”, afirmou Bolsonaro.
Sobre o resultado da eleição na Bolívia, que tem sido questionado, ele falou mais uma vez que o Brasil defende a revisão da recontagem de votos – que garantiu a reeleição do presidente Evo Morales.
“No meu entender, a Organização dos Estados Americanos (OEA) tomou decisão acertada pedindo a revisão da recontagem dos votos. Queremos que a Bolívia permaneça um país amigo nosso, temos negócios com eles, em especial do gás, mas não abrimos mão da questão democrática”, declarou.
* Com informações do Estadão Conteúdo.