Pelo segundo dia consecutivo, o dólar tentou, mas não conseguiu se sustentar abaixo dos R$ 4. A divisa tocou os R$ 3,99 no início da tarde de sexta-feira (25/10), na esteira de notícias de avanço na negociação entre Estados Unidos e China, mas rapidamente voltou ao nível anterior. Mesmo assim, terminou na menor cotação em mais de dois meses, desde 16 de agosto, e encerrou o pregão em R$ 4,0079, uma queda de 0,91%.
Marcada pela perspectiva de entrada de recursos no País por causa da reforma da Previdência e por conta do leilão do excedente da cessão onerosa, a semana fez com que a divisa devolvesse quase R$ 0,12 desde a abertura de segunda-feira. A queda acumulada nos últimos cinco dias foi de 2,69%. No mês, o dólar já caiu 3,54% frente o real.
Lá fora, o dólar tinha comportamento misto ante emergentes: subia ante Turquia, Chile e Argentina e caía frente México, Rússia e África do Sul, por exemplo. Se por um lado ajudam as notícias de algum avanço no acordo comercial negociado entre Estados Unidos e China, por outro, o noticiário europeu limita um apetite maior ao risco.
“O risco de um Brexit duro diminuiu, mas o apetite foi limitado pela insistência do primeiro-ministro Boris Johnson em convocar eleições antes do final do ano. O mercado não é fã de incerteza política e, embora o resultado possa ser a eliminação do Brexit da equação, a libra perdeu mais de um por cento em relação ao dólar nesta semana”, apontou relatório da corretora Oanda Corporation.
Ibovespa
As ações da Petrobras, Vale e bancos conduziram o Índice Bovespa de volta ao terreno positivo nesta sexta, após breve realização de lucros na véspera. O índice encerrou o dia com ganho de 0,35%, aos 107.363,77 pontos, próximo da marca recorde registrada na quarta-feira. A alta foi sustentada pela combinação entre o otimismo com os resultados corporativos do terceiro trimestre, o cenário externo favorável e a expectativa de novo corte de juros na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na próxima semana.
Mas os ganhos foram limitados por papéis também importantes na carteira do índice, como Ambev ON, que tombou 8,29%, liderando o ranking de perdas do Ibovespa. A gigante de bebidas apresentou resultado considerado mais fraco que o previsto pelo Goldman Sachs, que apontou decepção nos números da operação brasileira.
Com o resultado desta sexta, o Ibovespa encerrou a semana com valorização acumulada de 2,50% na semana, que foi a terceira consecutiva de avanço. Nesse período de 15 pregões, a alta é de 4,69%. Segundo Silvio Campos Neto, economista da Tendências Consultoria, o resultado do Ibovespa no acumulado da semana reflete uma série de fatores, que contaram não apenas com a conclusão da reforma da Previdência e a divulgação de dois dos balanços financeiros mais importantes do mercado.
* Com informações do Estadão Conteúdo