O presidente da Associação Nacional de Delegados da Polícia Federal (ADPF), Edvanir Paiva, criticou, nesta terça-feira (29/10), a atuação do Ministério da Justiça e Segurança Pública em relação às suas demandas. Em entrevista ao Jornal da Manhã, ele explicou que, com o ministro Sergio Moro no comando da pasta, a categoria esperava receber uma maior atenção do governo federal, o que não está acontecendo.
Segundo Paiva, as demandas da Polícia Federal (PF) estão “praticamente paralisadas”. “Quando o ministro Moro foi anunciado, por ser um ícone do combate à corrupção, conhecer bastante a PF e suas necessidades históricas, acreditávamos que haveria, de início, uma espera, com paciência, mas que depois os principais assuntos seriam encaminhados. Mas agora, com 11 meses de gestão, nós não estamos vendo vários e vários assuntos históricos – que não fomos causados por esse governo -, mas que nós temos a expectativa de serem resolvidos, absolutamente paralisados”, explicou.
O presidente da ADPF disse que algumas demandas, como a mudança de mecanismos da gestão interna, ampliar o reconhecimento dos que se empenham mais e outros problemas, como os gastos com locomoção, que não são ajustados desde 2009, “não estão sendo encaminhadas nem atendidas”. “A PF continua fazendo o que sempre fez, mas com os meios que sempre teve. Não há um incremento de investimento, não há soluções de problemas.”
Para Paiva, o que está acontecendo é que o governo federal está priorizando a polícia ostensiva, como normalmente acontece nos Estados, e deixando a polícia Judiciária de lado. “A gente espera [mais atenção] imediatamente, porque já vamos entrar no segundo ano de governo, não sabemos até quando Moro ficará, então todas as necessidades de PF tem que ser encaminhadas logo. A PF não merece isso”, finalizou.