Em outubro, a Amazônia registrou o número mais baixo de queimadas para o mês desde o início da série histórica – o monitoramento começou em 1998. Ao todo, foram identificados 7.855 focos de incêndio na região, segundo dados do Programa Queimadas, do Inpe.
O índice representa uma redução de 26,2% comparado ao mesmo período do ano passado. Até então, o outubro com menor número de incêndios havia sido em 1998, com 8.777 registros.
No acumulado de 2019, no entanto, a quantidade de focos de incêndio na Amazônia ainda é superior a 2018. Foram 74.605 ocorrências notificadas entre janeiro e outubro, ou 29,4% a mais do que mesmo intervalo do ano anterior, quando houve 57.622 registros.
A queda ocorre dois meses depois de o número de focos de incêndio ter subido vertiginosamente, o que motivou pressões nacionais e internacionais ao governo Jair Bolsonaro. Em agosto, a Amazônia havia sofrido 30.901 queimadas – aumento de 196,5% em relação a 2018. Pesquisas mostram que essa alta de queimadas esteve relacionada com aumento do desmatamento nos meses anteriores na região.
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal investigam uma ação coordenada que ocorreu na região de Novo Progresso, no Pará, que ficou conhecida como “Dia do Fogo”. A suspeita é de que fazendeiros locais e grileiros tenham atuado conjuntamente para incendiar uma área grande da floresta ao mesmo tempo e, assim, confundir a fiscalização do Ibama.
No fim de agosto, o governo Bolsonaro publicou decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) na região. Na ocasião, militares foram enviados para combater queimadas e outros crimes ambientais.
Um mês após a GLO, em setembro, o índice de queimadas já havia registrado queda. O desmatamento, entretanto, continuou avançando.