Em um momento em que o mundo atravessa uma onda de incertezas que afeta o fluxo de investimentos e as duas maiores potências economias do mundo – China e Estados Unidos – enfrentam uma tensão comercial, o Brasil “nada contra a corrente”.
De acordo com o secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Marcos Troyjo, mesmo diante de uma desaceleração mundial prevista para 2020, o país se apresenta como uma exceção no cenário sombrio.
Em entrevista ao Jornal da Manhã, Marcos ressaltou que a aprovação da reforma da Previdência e o conjunto de transformações que prevê privatizações, concessões e o pacto federativo mostra um Brasil aberto. “A administração do Governo Bolsonaro tem se comunicado e mostrado que o Brasil pode ser uma das estrelas da nova década, que se inicia no ano que vem.”
Sobre a relação do Brasil com a Argentina após a vitória de Alberto Fernández, o secretário especial acredita que “o que vai chefiar nos próximos meses é o interesse nacional” e destacou que não se pode permitir que o Mercosul seja uma caixa de insularidades e fechamentos.
“O Mercosul conseguiu grandes vitórias em 2019 por conta da sintonia entre o Palácio do Planalto e a Casa Rosada – sede do Governo argentino – e as relações pessoais entre Jair Bolsonaro e Maurício Macri. Juntos, fechamos o maior tratado comercial da história da economia mundial [com a União Europeia] – tanto pela abrangência geográfica quanto pelo número de países envolvidos”, completou.
Segundo ele há uma série de outras negociações acontecendo com o Japão, Cingapura, Canadá, Coreia do Sul e EUA. “Se o Mercosul quiser manter essa característica como união aduaneira e uma tarifa externa comum, que todos os seus sócios estejam incluídos nesse processo de maior integração com a economia mundial.”
Percepção do mundo
Para Marcos Troyjo, a visão que o mundo econômico tem do Brasil está bem dívida em duas camadas de percepção. “Há uma mentalidade muito poluída, pintada por interlocutores muito vinculados ao governo do PT e administrações que foram responsáveis não apenas pela maior recessão econômica do país mas também pelo modelo político corporativo que levou a corrupção a um nível epidêmico e sistêmico.”
Por outro lado, percebe-se uma democracia vibrante e uma fase liberal-democrata. “Estamos fazendo uma transição histórica, deixando o Estado centrado pelo Mercado centrado. Isso tem sido percebido e também tem gerado muito interesse em infraestrutura e investimentos.”
“Ao meu ver haverá uma mudança estrutural na qualidade dos investimentos. O mercado do Mercosul significa apenas 3% do PIB global. Esses novos acordo internacionais, como o com a União Europeia, podem integrar redes globais de valores e essa mudança da natureza do investimentos vai fortalecer muito o Brasil”, finaliza.