Para evitar que a mãe, uma mulher de 58 anos, levasse informações da vida dele para os vizinhos, um homem de 31 anos, morador do bairro Ribeiro de Abreu, na região Nordeste de Belo Horizonte, construiu um muro isolando as casas deles dos outros imóveis do lote em que vivem, além de manter a mãe presa por duas semanas. Detido no domingo (03/11), por cárcere privado, o suspeito confessou que tomou a atitude para evitar “fofocas” da vítima.
Uma tia do homem foi quem denunciou o caso à Polícia Militar. Segundo a corporação, quando as viaturas chegaram ao local, viram que a casa era única que tinha o muro, em construção recente. Vizinhos testemunharam que há cerca de duas semanas a vítima era mantida presa na casa, sem ter contato com eles, ficando com o portão trancado e saindo apenas quando o filho deixava.
Ao ser preso, o homem disse que os vizinhos estavam “insatisfeitos com as fofocas da mãe” e que resolveu mantê-la isolada para preservar a própria identidade. Ele disse também que já haviam acontecido várias brigas no lote porque ela “conversa demais”.
Tanto a mulher quanto o filho disseram que ela tinha acesso à casa dele, que era bem alimentada e que tinha a dispensa constantemente abastecida pelo suspeito. O homem também permitia que ela tomasse banho na casa dele, pois o banheiro dela estava em reforma.
Os três familiares foram levados para a Divisão Especializada em Atendimento à Mulher, ao Idoso e à Pessoa com Deficiência e Vítimas de Intolerância (Demid), no Barro Preto, região Centro-Sul da cidade. A mãe não quis prestar queixa e, por isso, ambos foram liberados.
Mesmo sem a vítima solicitar medidas protetivas, a Polícia Civil abriu um inquérito para investigar o caso. A pena para cárcere privado de parente de primeiro grau é de dois a cinco anos de prisão.