A Espanha vai às urnas neste domingo (10/11) tentar resolver o impasse político que paralisa o país há vários meses. Esta será a quarta eleição em quatro anos por lá – e as pesquisas de opinião indicam que a solução não está apenas no voto.
O partido socialista deve sair vencedor mais uma vez do pleito, mas não deve alcançar maioria no Congresso, que tem 350 cadeiras. Na verdade, os levantamentos dos últimos dias mostram que a centro-esquerda pode perder até um pouco de apoio.
Se a expectativa for confirmada, o atual primeiro-ministro Pedro Sánchez vai ter que rever suas táticas de negociação para formar um Governo.
Da última vez, ele tentou governar sozinho. A extrema-esquerda representada pelo Podemos, por exemplo, já tinha demonstrado interesse num acordo – mas queria participar do governo.
Os liberais do Ciudadanos se recusaram a negociar com Sánchez depois da última eleição e é difícil imaginar uma mudança radical de postura. A tradicional centro-direita, com o PP, avança timidamente nas pesquisas e dificilmente vai conseguir vencer a disputa.
A última eleição na Espanha foi realizada a apenas seis meses e confirmou que o país está polarizado em duas vertentes.
Adicione a este cenário a preocupação com o crescimento da extrema-direita, representada pelo Vox. O partido não chegou a assustar nas últimas votações, só que as pesquisas demonstram que ele pode crescer dessa vez.
A Espanha exumou os restos mortais do ditador Francisco Franco para removê-lo do mausoléu criado para vítimas de sua sangrenta Guerra Civil, mas ainda restam outros esqueletos nos armários do país que tenta manter o ritmo da recuperação econômica e baixar o desemprego que assola duramente os mais jovens.
As divisões ideológicas na Espanha chegaram no ponto de causar paralisia política prolongada além do que seria considerado normal para um sistema parlamentarista.