Estava tudo preparado para ser uma grande festa: com 20 mil torcedores no Independência e um adversário já desclassificado, o América só precisava de uma vitória simples (até mesmo de um empate, dependendo do resultado do jogo do Atlético Goianiense) para carimbar o passaporte para a primeira divisão do Campeonato Brasileiro, após fazer uma campanha de recuperação surpreendente.
O que tinha tudo para ser uma partida festiva acabou ganhando contornos trágicos e inesperados, com um São Bento que, mesmo postado na defesa, soube colocar a bola nas redes quando teve a chance, fazendo da tarde de 30 de novembro um dia para se esquecer na história do Coelho, após ser derrotado por 2 a 1.
O América entrou na última rodada com 61 pontos, mesma pontuação do Atlético de Goiás, mas a vantagem do time mineira era imensa, já que a classificação independia de números de gols – o Coelho tinha 17 vitórias, contra 15 do rival. Bastava um gol, que não veio, num anticlímax que deixou a equipe em quinto lugar na tabela. Os goianos fizeram a sua parte e empataram com o Sport, em casa, em 0 a 0.
No primeiro tempo, apesar do maior volume de jogo, o América sofreu dois contra-ataques fulminantes do São Bento. Os dois gols aconteceram num espaço de dez minutos, quando o Coelho pressionava para colocar a bola nas redes.
Até sofrer o primeiro gol, o América se manteve o tempo inteiro na área do adversário paulista, com bons passes e jogadas mais agudas. Mas faltou o gol, que pesou decisivamente pelo fato de o São Bento, em três chances, ter marcado duas vezes.
O primeiro gol, aos 28 minutos, saiu de uma bola desviada da zaga americana, com Fábio Bahia vendo o goleiro Airton adiantado e chutando de longe, de cobertura.
O América não esmoreceu e continuou pressionando, especialmente com Felipe Azevedo e Matheusinho. Aos 38, porém, em novo contra-ataque, o São Bento chegou ao segundo tento, com Guilherme Romão. Minho avançou do campo de defesa até chegar à linha de fundo e cruzar. Num erro de João Cubas, a bola sobre para Romão arrematar.
No segundo tempo, o América foi para o tudo ou nada, com a necessidade de marcar três gols já afetando a parte psicológica e o rendimento do time em campo. Apesar de mostrar menos organização, o time do técnico Felipe Conceição foi para cima.
O esforço foi recompensado: o América chegou ao gol aos 19 minutos, após Ademir cruzar da direita e o volante Juninho cabecear para as redes. Mas faltou o segundo gol que classificaria o América. Um ano que começou ruim e foi num crescendo que apontaria para a série A em 2020 teve um gosto bem amargo ao final.