Vírus que matou milhares de pessoas e se transformou em estigma social no país durante os anos 80, o HIV volta a registrar alta incidência. Em Minas Gerais, mais de 40 mil casos foram confirmados na última década, sendo que, desde 2010, não há redução dos registros. Especialistas alertam para a principal forma de proliferação da doença: o sexo sem proteção.
Domingo (01) foi o Dia Mundial de Combate à Aids, síndrome desencadeada pelo vírus e que afeta o sistema imunológico.
Tratamento
O surgimento de novos medicamentos e o acesso ao acompanhamento especializado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) têm elevado a qualidade de vida de muitos soropositivos, mas nem sempre foi assim. Funcionário público, Rafael*, de 57 anos, relembra ter passado por momentos de desespero ao descobrir que contraiu o HIV, há 30 anos.
“Na época, o exame demorava seis meses para sair. Quando soube, pensei imediatamente que iria morrer em pouco tempo. Tive sarcomas (tipo de tumor) por todo corpo e, tomando o coquetel, ainda precisei fazer quimioterapia”, relembra.
Atualmente, sabe que, além do comprimido diário, precisa tomar cuidado para manter a saúde estável. “A medicação exige outros controles porque altera a glicose e o colesterol. É um tipo de veneno que te salva. Se você sair da linha, vai para o buraco”.
Sífilis
Além do HIV, a Sífilis adquirida – ou seja, contraída por relação sexual ou transfusão de sangue – cresceu na última década em Minas. Foram nada menos do que 47 mil registros, de 2008 a 2018. Apenas no último ano, 14.847 casos foram confirmados, aumento de mais de 3 mil registros em relação a 2017.
Da mesma forma, a Sífilis em gestantes e a congênita – transmitida da mãe para o feto por meio da placenta – também aumentou. A Hepatite C engrossa os números no mesmo período. Em 2008, eram apenas 768 casos contabilizados em Minas. Já em 2018, saltou para 1.629.
*Nomes fictícios