Um número não especificado de trabalhadores da Gerdau em Barão de Cocais, na região Central do Estado, cidade a 55KM de Itabira, será temporariamente afastado por meio de um lay-off – dispositivo legal que visa manter ao máximo o número de empregos existentes – devido à paralisação das atividades de um de seus fornos da indústria a partir de janeiro de 2020. A informação foi confirmada nesta quarta-feira (4) pela própria siderúrgica, que disse não saber precisar o número de funcionários que serão afetados por as negociações ainda estarem em andamento.
De acordo com a assessoria de imprensa da Gerdau, a decisão se deve à necessidade de otimização das operações da empresa em Minas diante dos desafios do mercado internacional de aço. “A Companhia está em negociação com o sindicato local para a realização de um programa de lay-off com parte dos colaboradores na unidade, como uma maneira de preservar, ao máximo, os empregos existentes. O atendimento aos clientes se manterá inalterado e a retomada do alto-forno dependerá da melhoria das condições externas para exportação ou aumento da demanda interna”, diz parte da nota divulgada.
A reportagem conversou com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Barão de Cocais, Lúcio Bonifácio Pastor, que explicou que a unidade do município conta com dois fornos, sendo que o que será paralisado é o menor deles. “Em 2009 nós também tivemos um lay-off, que teve uma paralisação de cerca de 2 a 3 meses”, lembra.
Como funciona
Conforme o líder sindical, a suspensão temporária do contrato dos trabalhadores funciona com um pagamento sendo feito parte pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), que é de no máximo R$ 1.700, e que a Gerdau pagará somente a complementação até atingir o salário do trabalhador, sendo que a parcela paga pela indústria não ultrapassará 40% do valor. Durante o período, os funcionários afastados passarão por um curso de aperfeiçoamento.
“A gente sabe que, para a empresa, não é positivo demitir os funcionários. Se isso fosse feito, quando o forno retomasse as atividades, teriam que recontratar pessoal, treinar para a função. Seria ruim tanto para eles quanto para os trabalhadores. O sindicato está acompanhando tudo e participando da negociação”, concluiu Pastor.