Os dois primeiros meses do período chuvoso – que vai de outubro a março em Minas Gerais – já deixou um rastro de estragos em diversas cidades de Minas Gerais. Segundo dados divulgados pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Minas Gerais (Cedec-MG), dez municípios decretaram situação de emergência em razão das chuvas até o momento. A região do Rio Doce foi a que teve mais municípios nessa situação (3), seguida pelas regiões Norte e Zona da Mata, com duas cidades cada em situação de emergência.
Todos os eventos naturais que causaram estragos e levaram as cidades a decretarem a emergência aconteceram entre os dias 25 de outubro e 25 de novembro deste ano e terão duração de 180 dias. Durante este período, os municípios terão o direito, por exemplo, de dispensarem a licitação para a contratação de serviços para se recuperarem dos danos.
Em Bom Despacho, no Centro-Oeste, ruas viraram rios na última segunda-feira (02/12)
A expectativa é que este número cresça nos próximos dias, já que nesta semana temporais também deixaram um rastro de destruição em cidades como Bom Despacho, no Centro-Oeste mineiro; Diamantina, na região do Jequitinhonha; Tarumirim, no Rio Doce; e Patos de Minas, no Alto Paranaíba.
Ainda de acordo com a Cedec, nos dez municípios foram noticiados danos em residências, prédios públicos, pontes, vias e veículos em decorrência de chuvas intensas, granizo, alagamento, inundação e enxurradas, sendo que as cidades ainda estão contabilizando os danos e prejuízos.
“Dos municípios afetados, dois decretos de Situação de Emergência já foram homologados pelo Estado (Itabirito e Ninheira). Nestes, constam três desabrigados, 15 desalojados e 4.873 com algum prejuízo. Isto é, um total de 4.891 pessoas afetadas. Duas residências e sete instalações públicas foram danificadas”, completa o órgão.
Confira os dez municípios em situação de emergência:
01 – Santa Rita do Sapucaí (Sul)
02 – Itabirito (Central)
03 – Viçosa (Zona da Mata)
04 – Ninheira (Norte)
05 – Rio Acima (Região Metropolitana)
06 – Córrego Novo (Rio Doce)
07 – Paula Cândido (Zona da Mata)
08 – Rio Pardo de Minas (Norte)
09 – Tarumirim (Rio Doce)
10 – Pingo D’água (Rio Doce)
Mortes
Ainda durante este período, foram registrados pelo menos quatro óbitos associados ao período chuvoso. A primeira delas aconteceu na cidade de Januária, no Norte do Estado, onde João Paulo Gonçalves dos Santos, de 29 anos, morreu vítima de uma descarga atmosférica, no dia 22 de outubro. Conforme a Cedec, ele e a mulher estavam sentados em um banco na área de uma casa na comunidade dos Cochos, quando começou a chover e ambos foram atingidos por um raio. Somente o homem morreu.
A segunda morte aconteceu em Santa Rita do Sapucaí, no Sul do Estado, no dia 24 de outubro. Hilda Leandro de Jesus Silva, de 46 anos, morreu após ser atingida por um tronco de um eucalipto às margens de um rio durante uma chuva de granizo. Já no dia 25 do mesmo mês, foi a vez de Roberto Rodrigues do Vale, de 50, morrer em Viçosa, na Zona da Mata. Durante uma forte chuva, o homem viu o filho cair em um buraco que se abriu dentro da residência. Ele conseguiu resgatar o filho, mas na tentativa de sair do local acabou arrastado pela correnteza.
A última das mortes foi registrada nessa segunda-feira (2), em Sete Lagoas, na região Central. O motorista de um aplicativo de transporte de passageiros, Wagner Venâncio dos Santos, de 36 anos, acabou arrastado por uma enxurrada durante um temporal. A passageira, uma mulher de 59 anos, teve o corpo localizado no município na tarde desta quarta-feira (4). Com isso, o número de óbitos em decorrência da chuva também deverá subir nos próximos dias.