Quantas vezes você já passou por alguma situação de fraude pela internet que levou efetivamente a uma perda financeira? Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira revela que 11% dos internautas brasileiros afirmam já terem perdido dinheiro em esquemas fraudulentos.
A pesquisa “Fraudes em Investimentos no Brasil”, conduzida pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), indica que as principais ocorrências se deram em esquemas de pirâmide (55%); em golpes de seguradoras, nos quais o investidor supostamente receberia determinada quantia mediante pagamento de taxas e/ou despesas (19%); e em golpe de ações ou fundos antigos de aposentadoria esquecidos, com exigência de pagamento antecipado de supostas taxas e/ou despesas (16%).
Seis em cada dez entrevistados afirmam não ter recuperado os valores perdidos na fraude, sendo que 35% já desistiram de receber e 27% ainda têm esperança. Em contrapartida, 38% conseguiram reaver valores perdidos, dos quais 18% resgataram com prejuízo.
“Pirâmide financeira, falsos fundos e fraudes envolvendo investimentos sempre começam com a promessa de altos ganhos de dinheiro rápido e fácil. E esses ganhos costumam ser bem acima da média das aplicações e investimentos tradicionais. Em todos os casos, três fatores costumam andar juntos: o excesso de confiança, a ganância ou a ingenuidade do investidor, aliada à negligência para checar a veracidade das informações, o que acaba facilitando a ação dos fraudadores”, diz, em nota, o presidente da CNDL, José Cesar da Costa.
Ofertas abusivas
De acordo com a pesquisa, dentre os benefícios apresentados, 44% dos entrevistados disseram ter sido influenciados pela promessa de alta taxa de rendimento, 36% afirmaram que foram persuadidos pelo fato de não ser necessário entender de investimento e 32% destacaram o baixo risco apresentado pelo investimento oferecido. A venda foi realizada principalmente por um consultor autônomo não registrado ou licenciado (43%), amigo ou parente (29%) ou por membro de um grupo ou organização a qual pertence (26%).
Uma parcela de 36% dos entrevistados tomou conhecimento dos investimentos, principalmente, por anúncios na internet; 34% afirmaram ter recebido indicação de parentes e amigos; 16% receberam informes por e-mail; e outros 16% tiveram recomendação de um profissional/consultoria contratado.
“É fundamental verificar a procedência de corretoras, bancos e agências de investimento, se a instituição está registrada junto a CVM, além de consultar o Banco Central e a B3”, destaca Costa.
A pesquisa foi elaborada com 917 pessoas residentes em todas as capitais do país, homens e mulheres, com idade igual ou maior a 18 anos, das classes econômicas A/B/C.