Após viver um dia de manifestações contra a reforma da Previdência – que contou com mais de 250 protestos e 806 mil pessoas nas ruas em todo o país -, a França enfrenta, nesta sexta-feira (06/12), seu segundo dia de greve geral. Os sindicatos protestam contra o plano do governo de substituir os atuais 42 regimes de aposentadoria por um sistema de pontos em que cada euro contribuído confere direitos iguais a todos.
Hoje, os setores mais afetados são os da educação e dos transportes. Apenas uma em cada dez linhas de trem está circulando. O metrô está limitado às duas linhas automáticas, sendo que as 14 restantes estão paradas. Já nas empresas de ônibus, a adesão à paralisação é de 70%.
Os trens com saída para Espanha, Itália e Alemanha estão suspensos. Para a Suíça, haverá apenas uma viagem, de ida e volta em Paris-Basileia.
Além disso, a Direção-Geral de Aviação Civil pediu às companhias aéreas que reduzam em 20% o programa de voos com origem ou destino nos aeroportos de Paris, Lyon, Marselha, Toulouse e Bordeaux. A Air France anunciou o cancelamento de 30% dos voos domésticos e 10% dos de médio percurso. A companhia pretende realizar todas as ligações de longo curso.
Por volta das 7h30 desta sexta-feira (horário local), foram registrados 292 quilômetros de congestionamentos na região de Paris, em comparação aos 100 quilômetros habituais.
A alteração da lei das reformas foi uma promessa da campanha presidencial do atual presidente, Emmanuel Macron. O objetivo é criar um sistema universal que una os 42 regimes especiais que existem atualmente.
O governo admite alterar alguns pontos da proposta, mas não vai desistir do projeto, que será apresentado na próxima segunda-feira (09/12).
A última vez que a França viveu uma greve geral como essa foi em 1995. Na época, o país ficou paralisado durante três semanas, em protesto contra o projeto de Alain Juppé de alterar o plano de reformas.