A 69ª fase da operação Lava Jato, chamada Mapa da Mina, apontou que José Dirceu, ex-ministro chefe da Casa Civil do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teve despesas pessoais e da própria família custeadas por empresas de telecomunicações acusadas pela Polícia Federal de corrupção e lavagem de dinheiro.
Segundo os procuradores, a empresa RT Serviços foi utilizada pelo grupo chamado de “Oi/Telemar” para receber recursos e beneficiar Dirceu, que teria participado de interlocuções com Otávio Azevedo, condenado pela Lava Jato e à época membro do Conselho Administrativo da Oi, para permitir, por meio de “tráfico de influência”, a aquisição pela companhia dos grupos Brasil Telecom e Portugal Telecom.
A força-tarefa também apurou que a “Oi/Telemar recebeu vantagens do Governo Federal”.
Entre as decisões que teriam beneficiado o grupo, os procuradores destacaram o Decreto 6.654/08 assinado pelo ex-presidente Lula, que aprovou Plano Geral de Outorgas da Anatel – permitindo a fusão da Brasil Telecom com a Oi e a nomeação por Lula de dois conselheiros acusados de condutas suspeitas dentro da Anatel.
Questionado, o procurador Roberson Pozzobon afirmou que “o quebra-cabeça dessa fase da Operação Lava Jato não está todo montado” e por isso 47 mandados de busca e apreensão estão em curso nesta terça-feira.
Até a publicação desta matéria a reportagem não havia obtido o posicionamento dos citados.
*Com informações do Estadão Conteúdo