O nome do Cruzeiro está mais uma vez nas páginas policiais. O Ministério Público de Minas Gerais e as polícias Civil e Militar cumprem 16 mandados de prisão temporária e 20 de busca e apreensão contra torcidas organizadas Máfia Azul e Pavilhão Independente na manhã desta terça-feira (17/12). Quatro delegados, 110 investigadores, 40 policiais militares e dois promotores de justiça participam da operação, batizada de Voz da Arquibancada. Seis membros foram presos nas primeiras horas da operação.
Os mandados da operação são cumpridos em Belo Horizonte, Contagem, Betim, Vespasiano e Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana; e Barão de Cocais e João Monlevade, na Região Central.
As autoridades citam como motivação para a operação os diversos confrontos envolvendo as duas torcidas e a quebradeira provocada no Mineirão na derrota de 2 a 0 do Cruzeiro para o Palmeiras, no encerramento do Brasileirão. O jogo sacramentou o primeiro rebaixamento da história do clube celeste. “Esses confrontos têm gerado grave perturbação à ordem pública, danos ao patrimônio público e privado e colocado em risco a integridade física de torcedores”.
“Já não bastasse a série de confrontos generalizados ocorridos entre as torcidas Máfia Azul e Pavilhão Independente, no dia 8/12/19, a torcida Máfia Azul protagonizou mais uma cena de vandalismo. Foi a principal responsável pela quebradeira em várias partes do Estádio Mineirão. Centenas de cadeiras quebradas, dezenas de televisões danificadas, banheiros quase que totalmente destruídos, bebedouros arrancados, vidros quebrados, etc. Inúmeras cadeiras foram arremessadas para os setores inferiores e campo de jogo, colocando em risco a integridade dos torcedores, muitos deles com crianças”, destaca outro texto na nota.
Os integrantes das organizadas são investigados pelos crimes de associação criminosa, dano ao patrimônio, lesão corporal, tentativa de homicídio, provocação de tumultos e ameaças.
“O delito de associação criminosa vem tipificado no art. 288 do Código Penal, configurando o mesmo quando há a conduta de se associarem três ou mais pessoas para o fim de cometerem crimes de forma reiterada. De fato, é o que vem ocorrendo e que está sendo apurado no inquérito policial, dentre outras condutas tipificadas no ordenamento jurídico, como dano ao patrimônio público e privado, provocação de tumulto e ameaças”, diz nota da operação.