A Polícia Federal deflagrou na manhã deste sábado a Operação Pés de Barro para apurar o pagamento de ao menos R$ 1,2 milhão em propinas decorrentes do superfaturamento das obras da ‘Adutora Capivara’, no sertão Paraibano. Um deputado federal está entre os alvos da investigação.
As obras foram contratadas inicialmente por R$ 24.807.032,95 e dizem respeito a um sistema que deve se estender do município de São José do Rio do Peixe ao município de Uiraúna, situados a cerca de 460 km de João Pessoa.
Cerca de 80 policiais federais cumprem 13 mandados de busca e apreensão, quatro de prisão preventiva, além de sete ordens de afastamento das funções públicas, nas cidades de João Pessoa, Uiraúna e São João do Rio do Peixe, na Paraíba, e em Brasília, no Distrito Federal.
As ordens foram expedidas pelo ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), tendo em vista o foro por prerrogativa de função do deputado investigado. O ministro determinou ainda a o bloqueio de bens imóveis dos investigados para ressarcir os cofres públicos dos desvios apurados.
Os investigados podem responder pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro, fraude licitatória e formação de organização criminosa, cujas penas, somadas, ultrapassam 20 anos de reclusão.
Segundo a PF, o nome da operação faz uma alusão a um termo bíblico que serve para identificar ‘falsos valores políticos’ na vida pública.“Nabucodonosor, antigo rei da Babilônia, teve um sonho interpretado pelo profeta Daniel no qual uma grande estátua de ouro, cobre e prata desmoronara por ter os pés de barro. O termo ‘pés de barro’, então, passou a designar as riquezas cuja base não se sustenta do ponto de vista moral”, diz a corporação.