O dólar terminou esta terça-feira (07/01) perto da estabilidade após encostar mais cedo em R$ 4,10. As mesas de câmbio continuaram monitorando predominante o noticiário do Oriente Médio, mas a terça foi novo dia de poucas novidades, o que na parte da tarde contribuiu para a moeda americana desacelerar o ritmo de valorização ante divisas emergentes.
“Os mercados financeiros se moveram com cautela à espera de novos acontecimentos no conflito do Oriente Médio”, observam os estrategistas do banco espanhol BBVA. Mas a falta de novidades abriu espaço para alguns ajustes, incluindo nos preços do petróleo, que recuaram.
O diretor de câmbio da Ourominas, Mauriciano Cavalcante, observa que o mercado espera para ver qual será a reação do Irã ao ataque norte-americano que matou o general Qassem Soleimani.
“Como não teve nenhuma novidade hoje, a coisa se acomodou no mercado perto do fechamento”, ressalta ele. Nesta tarde, o presidente americano Donald Trump, disse estar preparado para “qualquer retaliação” do país do Oriente Médio. Uma eventual guerra na região pode provocar forte estresse no câmbio, avalia o diretor. Na ausência de novidades, a moeda deve seguir ao redor do patamar atual.
Se o ambiente externo está mais conturbado neste início do ano, as perspectivas para a economia doméstica seguem positivas. “China, Índia e Brasil, três dos emergentes mais importantes, sinalizam que prossegue o fôlego no crescimento”, observa o economista do banco suíço Julius Baer, Janwillem Acket, em relatório a clientes.
A terça teve a divulgação de indicadores importantes nos EUA, como o índice de atividade do setor de serviços (ISM) e as encomendas à indústria, mas lá também o foco predominante foi a questão no Oriente Médio. O dólar subiu ante divisas fortes, recuperando as quedas de segunda, e operou misto ante emergentes. Caiu no Chile e Indonésia, ficou estável na Turquia e subiu na Colômbia e Rússia.
“Os investidores ainda avaliam o que os ataques podem significar para os mercados financeiros e como o Irã pode responder”, ressaltam os estrategistas da LPL Financial. “Por ora, os agentes acreditam que a escalada das tensões não deve ter impacto material nos fundamentos econômicos.”
*Com informações do Estadão Conteúdo