O casal de policiais militares torturado e baleado dentro de casa, em um condomínio em Igarapé, na Grande BH, na madrugada de segunda-feira (06/01), apresenta melhora clínica nesta quinta-feira (09/01), conforme informações da PM. O coronel da reserva de 50 anos já caminha com ajuda e supervisão de um fisioterapeuta. Ele está consciente de tudo o que aconteceu, das etapas do tratamento e consegue pronunciar algumas palavras. O oficial será submetido a uma tomografia para certificação de que não há sequela neurológica ou outros riscos.
O militar passará por outra cirurgia. O procedimento ainda não foi realizado por conta dos edemas e inchaços decorrentes do trauma. Segundo a PM, a expectativa é a de que o policial seja – se não houver risco – transferido para o Hospital da Polícia Militar (HPM). A equipe técnica da unidade de saúde e do Hospital João XXIII estão em constante contato para verificar a melhor decisão.
Já a situação da cabo inspira cuidados, mas houve melhora. Ela está estabilizada e consciente, conforme último boletim. A pressão está normalizada e sem medicação para este controle.
Inquérito
A Polícia Civil concluiu a primeira fase do inquérito e definiu a autoria e participação de seis suspeitos no crime contra o casal de militares. Os três presos vão responder por associação criminosa e tentativa de latrocínio.
A pena nesses casos pode chegar a mais de 30 anos. “Identificamos quem portava armas, quem subtraiu o veículo das vítimas, quem incendiou o veículo, quem subtraiu os celulares”, disse o delegado Marcus Vinícius Vieira. Ainda segundo o investigador, eles poderão responder por outros crimes, dependendo dos depoimentos dos feridos.
Outros três suspeitos morreram em confronto com agentes da Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam) em Ibirité, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) na terça-feira (07/01).
Segundo o coronel Eduardo Felisberto Alves, comandante da 2° Região da Polícia Militar, um dos mortos não participou da ação criminosa no sítio, mas faz parte da quadrilha e reagiu atirando durante a abordagem. A morte desse suspeito vai ser investigada pela polícia e pelo Ministério Público (MP).
De acordo com a investigação, os suspeitos já tinham furtado outra casa na região horas antes e escolheram o sítio do casal aleatoriamente. Durante o assalto, descobriram que se tratavam de policiais e começaram as agressões. Todos os envolvidos estavam sob o efeito de drogas.
Com a ajuda de câmeras de segurança, a polícia prendeu um suspeito em Santa Luzia, na Grande BH. O homem informou que o restante do grupo estava em Ibirité, também na região metropolitana. A PM disse que, ao chegar em uma casa, que servia de esconderijo para o bando, os suspeitos reagiram.
Um sexto homem foi preso na noite dessa terça-feira (7), ainda em Ibirité. Ele confessou ter participado do assalto, assim como os outros suspeitos, de 22 e 23 anos. Eles também confessaram a participação nas torturas.